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18 de Abril de 2016 – 05h36 horas / Luiz Marins

Será possível mudar uma pessoa?

 

Essa pergunta me foi feita num seminário de presidentes de empresa. Eles me relataram casos e mais casos em que dizem ter tentado mudar o comportamento ou modo de ser de diretores, gerentes, supervisores e mesmo colaboradores em geral, sem sucesso. Será mesmo impossível mudar alguém?

 

É claro que não, respondi a eles, mas é preciso que essa pessoa QUEIRA MUDAR. Não basta que nós queiramos que ela mude. Se ela não quiser, não usar toda a sua inteligência e vontade para mudar, nada acontecerá. Esse é o desafio.

 

Lembrei a ele dos versos de Horácio (Epístolas, I, 10,24) em que ele diz “Ainda que expulses a natureza de alguém, ela sempre voltará a reaparecer.” E Horácio se referia exatamente à índole de uma pessoa que dizia ele ser impossível expulsar.

 

Vejo pessoas que querem mudar outras pessoas e passam uma vida inteira nessa luta inglória. Conheço pessoas que têm uma visão positiva do mundo, das coisas, da realidade, assim como conheço pessoas que têm uma visão extremamente negativa de tudo. Conheço pessoas que só conseguem ver o lado negativo das pessoas, assim como conheço pessoas que veem o mundo através de lentes cor de rosa, como se diz popularmente. Como mudar uma pessoa?

 

A maior dificuldade está nela mesma, depende integralmente dela. O esforço que ela terá que fazer para mudar será enorme e sua “natureza” anterior voltará a qualquer descuido, descontrole ou falta de domínio da vontade. Para mudar hábitos arraigados, a forma de ser ou a visão do mundo que possuímos é preciso muita determinação e disciplina.

 

A reflexão final que fiz com esse grupo de presidentes foi: será que precisamos mudar as outras pessoas ou seremos nós que temos que mudar? Ao invés de dizer: essa pessoa me irrita, não seria mais justo e honesto eu me perguntar: por que me irrito tanto com essa pessoa?

 

Em vez de querer mudar as pessoas e o mundo é preciso que façamos nós o grande esforço de inteligência e vontade para mudar a nós próprios e não sermos tão críticos e julgadores dos outros. É preciso ter a humildade de reconhecer que não somos donos da verdade, nem somos perfeitos e melhores que as outras pessoas. Assim, se é tão difícil mudar os outros, mude-se a si mesmo.

 

Pense nisso. Sucesso!


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