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27 de Agosto de 2018 – 15h07 horas / Valor Econômico

Com a alta recente do dólar, o subsídio de R$ 0,30 no preço do óleo diesel dado pelo Governo para conter a greve dos caminhoneiros já não é suficiente para conter o aumento de preços desse combustível para os consumidores – que vão sentir o impacto no bolso a partir do mês que vem, quando o preço de comercialização da fórmula for atualizado.

 

Levantamento feito por Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), mostra que o preço do diesel já supera o do subsídio em todas as regiões do país. Segundo Pires, seria necessário R$ 0,43 para equilibrar os preços já que o subsídio é de R$ 0,30 por litro. O estudo considera a Ptax (taxa de referência para o câmbio calculada pelo Banco Central) em R$ 4 – ela estava ontem em R$ 4,0727.

 

“A conclusão é que com o câmbio a R$ 4 o subsídio que o governo se predispôs a dar não será suficiente para cobrir aumentos de preço. Com isso, o preço do diesel para o consumidor vai aumentar. Hoje existe R$ 0,13 não cobertos [pelo subsídio]. O valor que passar dos R$ 0,30 de subsídio terá que ser pago pelo consumidor”, diz Pires.

 

Isso acontece porque o Preço de Comercialização (PC) estabelecido na fórmula será calculado mensalmente até 31 de dezembro, enquanto o Preço de Referência (PR), que tem como base o mercado internacional, varia diariamente. Contudo a revisão é mensal com base nos valores do mês anterior. Assim, a diferença entre o PC e o PR que será calculada no mês que vem vai levar em consideração as diferenças de agosto e por isso o preço deve aumentar.

 

Teoricamente a Petrobras e o importador demoram 30 dias para receber o subsídio, mas na prática o prazo é bem maior devido a dificuldades admitidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) de verificar a veracidade das notas fiscais apresentadas pelas empresas.

 

Com o câmbio superando os R$ 4, o subsídio que o governo se predispôs a dar não será suficiente para cobrir aumentos de preço do diesel e com isso o consumidor vai ter que pagar o aumento até o próximo mês, quando o governo vai corrigir o preço. Se o PR for maior que o preço ao consumidor, o governo vai fazer o ressarcimento.

 

Como o subsídio é de R$ 0,30, a diferença será paga pelo consumidor até que o preço da fórmula seja corrigido. Contudo, é preciso lembrar que o teto da subvenção já reservado pelo Tesouro é de R$ 9,5 bilhões. O que ultrapassar esse valor será pago pelo consumidor até a revisão.

 

O CBIE calcula que, se o dólar continuar a escalada, chegando a R$ 4,50 por exemplo, seria necessário R$ 0,6162 de subsídio para cada litro comercializado. No início de agosto, a diferença foi positiva para o Tesouro, que economizou com a subvenção por causa da queda do preço do diesel no mercado internacional em junho e julho devido ao verão no hemisfério Norte, que faz aumentar o preço da gasolina e reduz o do diesel que é mais usado para aquecimento.


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