Crise dos combustíveis preocupa setor de transportes
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A alta dos preços dos combustíveis não afeta o consumidor brasileiro apenas na bomba. O frete para transportes de carga, e consequentemente, a maioria dos produtos comercializados no país, e o preços das passagens de avião também estão sendo impactados.

O presidente do SETCESP, Tayguara Helou, afirma que os preços afetam diretamente toda a cadeia de consumo. “Isso traz um impacto gigantesco. Os combustíveis nessas operações podem chegar a representar 60% do posto, com um encarecimento de tudo aquilo que é produzido e consumido no Brasil, porque o transporte de cargas faz parte da cadeia logística e consumo brasileiro”, afirma.

O setor aéreo também sofre com a escalada do preço do querosene de aviação. Somente no segundo trimestre desse ano, de acordo com levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil, a subida foi de 91,7%. O resultado disso é que voar também está mais caro. O analista de aviação, Claudio Magnavita aponta que grande parte dos custos das empresas é referente ao combustível. “O combustível representa mais 50% dos insumos, hoje, de companhia aérea e com a disparada do dólar e a alta do petróleo, torna a atividade muito crítica e vulnerável. É preocupante”, afirma Magnavita.

Quem depende dos combustíveis para trabalhar também sente a alta dos preços. Para quem precisa encher o tanque, cada vez que se chega a um posto de combustíveis é um novo susto. O dia a dia do taxista Maurício Tadeu de Souza não tem sido fácil. “Está subindo muito. Toda semana sobre um pouco. No final do mês, o montante é grande, 25% do ganho vai para pagar combustível. É muito”, afirma. Na mesma situação, está o motoboy Arthur do Santos Silva: “Está um absurdo. Está difícil. Mas tem que trabalhar, fazer por onde, tem que pagar. É o que está tendo”, comentou. O presidente Jair Bolsonaro culpa os governadores pela alta nos preços e sugere que a população economize combustível. Ele disse que deve estudar a privatização da Petrobras.


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