Covas: SP segue em quarentena até setores apresentarem protocolos de segurança
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Prefeitura recebe propostas a partir do dia 1º de junho; só depois de aprovadas pela Vigilância Sanitária é que setores voltarão a funcionar, explicou

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou nesta quinta-feira que a cidade continua em quarentena até que os setores autorizados a ter reabertura parcial apresentem protocolos de segurança para prevenção da covid-19. Na prática, significa que o comércio e outras atividades não serão reabertas no dia 1º de junho.

A partir dessa data, a prefeitura começará a receber propostas de protocolo. Depois que as propostas forem aprovadas pela Vigilância Sanitária é que os setores voltarão a funcionar.

Questionado se há uma data para reabertura efetiva das atividades, Covas apenas reiterou que a prefeitura começará a receber as propostas de protocolo a partir de segunda-feira.

“O Estado permite que os municípios possam reabrir a partir do dia 1º. Em nenhum momento o Estado disse que vão reabrir dia 1º. A partir do dia 1º, a gente, município, passa a receber oficialmente propostas de protocolo que serão analisadas pela Vigilância Sanitária, e assim que referendadas os setores vão poder reabrir na cidade. Até lá continuamos a fiscalizar o que é proibido de abrir na cidade”, disse.

“Infelizmente, ainda não viramos a página, mas, pelos índices conquistados, podemos falar em uma retomada tranquila e gradual”, afirmou Covas.

O município de São Paulo foi classificado na fase 2 de reabertura da economia, cor laranja, em que o comércio de rua, shoppings, concessionárias e imobiliárias podem reabrir, mas com apenas 20% de sua capacidade e em horário reduzido.

Na fase 1, vermelha, nada pode ser reaberto. “Se índices piorarem, voltamos a ser classificados como região vermelha”, disse o prefeito.

Segundo Covas, protocolos de segurança já foram acordados com o governo do Estado e eles serão os parâmetros mínimos para que lojas e empresas voltem a funcionar na cidade.

“Só autorizaremos regras que cumpram, no mínimo, o estabelecido com o governo do Estado”, afirmou o prefeito. “Há dois pré-requisitos, esses setores precisam apresentar protocolos de saúde, higiene e testagem”.

Segundo Covas, a cidade apresenta parâmetros para reabrir as atividades da fase laranja parcialmente, como aumento do número de leitos de UTI. Segundo ele, a taxa de transmissão do coronavírus na capital paulista deve ficar abaixo de 1 na próxima semana. Essa é uma das regras para reabertura do comércio. “Seguimos parâmetros internacionais”, disse. Segundo ele, ninguém tem ficado sem atendimento médico na cidade, que tem 54,9 mil casos confirmados e 3.619 óbitos por covid-19.

A taxa de utilização das UTIs na capital paulista está em 92%, segundo Covas, que lembrou que sete hospitais foram inaugurados na cidade e mais três serão abertos, ou reabertos. Serão instalados, nas próximas semanas, 300 respiradores, sendo que 40 estão sendo instalados hoje na Zona Leste. “Chegaremos a 1,5 mil leitos de UTI na cidade”, disse. Eram 507.

Testes em massa

O prefeito afirmou que a administração municipal vai realizar um inquérito sorológico nos 96 distritos que compõem a cidade. Serão aplicados 115 mil testes rápidos para se ter uma ideia mais precisa da disseminação do coronavírus no município.

A testagem em massa é uma das medidas necessárias para reabrir a economia das regiões atingidas pela covid-19. Outra regra, a de que a taxa de transmissão esteja abaixo de 1 (uma pessoa transmite para outra) deve ser alcançada na próxima semana, reiterou. Segundo Covas, essa taxa está, hoje, em torno de 1.

A utilização de máscaras pela população está em quase 100%, segundo levantamentos periódicos feitos pela prefeitura. Em junho, três milhões de máscaras serão distribuídas.

Covas defendeu a flexibilização da quarentena na cidade dizendo que a prefeitura elevou o número de leitos de UTIs, o que permitiu evitar pessoas sem atendimento médico na cidade. Segundo ele, a taxa de ocupação dos leitos tem ficado, desde o dia 5 de maio, entre 85% e 92%. Também afirmou que o número de novos casos tem ficado estável há quatro semanas.


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