Confiança na economia brasileira cresce e expectativa do setor de transporte de cargas aumenta
Compartilhe

Vacinação e aumento do consumo oferecem perspectiva mais positiva no cenário econômico do Brasil

Com o avanço da vacinação no Brasil e o consequente aumento do consumo da população, a expectativa para o crescimento econômico aumenta. Reflexo desse momento é o crescimento de 0,2 ponto do Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), em julho deste ano, em comparação com o apurado em junho e o aumento da projeção da FGV Ibre de crescimento do PIB em 2021, que antes era de 4,8% e em julho passou para 5,1%.

Um dos setores mais afetados com as oscilações econômicas é o de transporte rodoviário de cargas. Responsável por movimentar cerca de 65% de tudo aquilo que é produzido no País e reconhecido como o principal meio de abastecimento da indústria e comércio, o setor tem visto suas demandas aumentarem após um 2020 inferior devido à pandemia do novo coronavírus.

Para Andre de Simone, membro do conselho administrativo da Transita Transportes, “com o aumento do consumo, o transporte consequentemente também tem um aumento na sua demanda, pois ele precisa repor tudo das prateleiras, desde uma loja de roupa, até os telefones e as farmácias. Tudo o que consumimos chega de caminhão, então isso impacta positivamente as transportadoras, que não pararam em momento algum da pandemia e agora estão vendo suas demandas aumentarem. Se a economia cresce, o setor de transporte cresce junto”.

A retomada do investimento em 2021 também é destaque. Segundo o Boletim Macrofiscal, a produção de bens de capital teve uma alta de 43,6% no acumulado até maio deste ano frente ao mesmo período do ano passado. De acordo com o Ministério da Economia, essa recuperação contribuirá para a ampliação da capacidade produtiva neste e nos próximos anos.

O cenário é positivo, porém também requer cautela, já que o transporte de cargas sofreu um grande baque em 2020. De acordo com dados do Departamento de Custos Operacionais da NTC&Logística (DECOPE), em abril de 2020 a demanda por transporte rodoviário de cargas teve uma queda de cerca de 45%. Agora, as empresas precisarão de planejamento nesta retomada.

“Será necessário reinvestir o dinheiro ganho nesse momento de crescimento econômico, de forma inteligente, trazendo mais tecnologia para ter mais controle, além de realizar uma gestão mais aprimorada. Dentro do mundo dos negócios, toda cautela é bem-vinda”, afirma Andre.

O setor vive atualmente a expectativa para o avanço das reformas tributária e administrativa, para facilitar as negociações e diminuir os impostos e a burocracia. Algumas propostas não agradaram o setor, que agora espera o andamento do projeto.

“Após o enfrentamento da pandemia, precisamos colocar em prática os tramites para viabilizar as reformas tributária e administrativa. O setor de transportes vive com burocracias que travam o seu desenvolvimento e, de uma forma geral, uma proposta menos burocrática pode e deve afetar positivamente toda a economia do nosso país. Essas devem ser as prioridades”, finaliza o empresário.


voltar