Com o foco voltado para a solução, e não no problema
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“Será que você consegue responder o que estava fazendo no dia 11 de setembro de 2001? Isso mesmo, data em que ocorreu os atentados terroristas contra os Estados Unidos, …a grande maioria que vivenciou o momento lembra”, perguntou a neurocoaching, Patrícia Gomes, aos cerca de 40 participantes presentes no encontro.

“Agora, o que faziam no dia 30 de junho de 2002? Conseguiram ao menos se lembrar que essa foi a data o pentacampeonato do Brasil no futebol? ”, indagou novamente ela, que já esperava como retorno a ampla negativa.

Buscando manter o foco na solução e não no problema, a Comissão do Vez & Voz do SETCESP se reuniu virtualmente, na manhã do dia 09 de agosto, para acompanhar uma apresentação sobre como a neurociência ajuda a superar as barreiras para a diversidade e inclusão. “Convido vocês a descobrirem o porquê somos mais propensos a registrar aquilo que é negativo, ou seja o problema, do que pensar na solução”, disse a especialista já antecipando o que estava por vir.

Em sua apresentação, Gomes explicou como o cérebro costuma funcionar e que o conhecimento sem dúvida seria maior quando condicionado a uma pronta aceitação à diversidade, “não só a de gênero ou a de raça, mas principalmente a cognitiva; aquela em que as pessoas pensam muito diferente da gente”.

Ela explicou o que são as conexões neurais, criadas a partir de tudo o que vivenciamos e que geram as nossas crenças e vieses. “Assim como a digital dos dedos, nenhum cérebro é igual ao outro, por isso ninguém pensa igual. A gente se baseia na nossa experiência e tomamos isso como verdade”.

A neurocoaching contou ainda, que a primeira função do cérebro é garantir a nossa sobrevivência, motivo pelo qual ele busca o tempo todo por possíveis ameaças, pois é do cérebro que vem os comandos de defesa e ataque. O sistema límbico, que é a nossa parte emocional, se divide entre ameaça e recompensa. O que cérebro não classificar recompensa avaliará como ameaça.

Por essa razão, a especialista explica que quando uma pessoa não consegue assimilar que ela tem que levar a diversidade para dentro de uma empresa, é porque ela não está percebendo o quanto isso é recompensador. “O cérebro só está percebendo os sinais do tipo ‘eu vou gastar dinheiro, isso não funciona, é perda de tempo’. Mensagens levadas para o lado da ameaça”.

Após exemplificar algumas situações, a especialista sugeriu uma mudança de abordagem para transformar o pensamento e, por consequência, o comportamento do outro. “É preciso levar a informação para o sentido da recompensa. Como eu faço isso? — Mostrando que diversidade é importante, que um aperfeiçoamento traz resultados na operação, e por aí vai”, sugeriu.

“Muitas vezes, nas empresas a gente lida com aquela máxima: mas a gente sempre fez assim! Só que as nossas atividades podem ser readequadas. Precisamos pensar em outras possibilidades para encontrar soluções diferentes”, refletiu Raquel Rodrigues, uma das participantes da reunião.

Com o objetivo de melhorar a percepção de onde se está focando para chegar a uma solução, a especialista propôs a construção de novos hábitos. “Buscar a recompensa é mais difícil porque requer disciplina, mas podemos começar utilizando três estratégicas que são: a antecipação, a flexibilidade, e a humildade”, esclareceu.

“Vamos começar a perguntar como resolver, ao invés de quem errou e o porquê do problema”, concluiu a coordenadora da comissão, Camila Florencio, agradecendo a presença de todos e reforçando que um dos propósitos do Vez & Voz é justamente estabelecer conexões para a diversidade e equidade.

Fica a dica!

3 estratégias que nos direcionam na busca da solução

1 – Antecipação: não podemos prever o que vai acontecer, mas é possível desenvolver a clareza sobre quais resultados queremos atingir.

2 – Flexibilidade: esteja preparado para se adaptar a um cenário diferente. Mude sua estratégia, mas siga com seus objetivos.

3 – Humildade: algumas certezas podem falhar. Seja rápido para perceber esses sinais e transformá-los.

Por mais mulheres no TRC!

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