A Proposta de Emenda Constitucional aguarda apreciação do plenário e prevê a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais e a elevação da hora extra para 75% sobre o valor da hora normal. Clésio Andrade e os outros representantes do setor empresarial afirmaram que este não é o melhor momento para definir um assunto tão importante. “Uma discussão fora de período eleitoral é mais racional. Tem que discutir fora de paixão política”, considera.
Ao entregar um documento oficial do setor ao presidente da Câmara, Clésio Andrade defendeu a necessidade de investimento em qualificação profissional e não a redução de horas de trabalho. Ele citou que na área de transportes há postos de trabalho sem serem preenchidos por falta de mão de obra qualificada. “Temos mais de mil caminhões bitrem parados. São caminhões de alta tecnologia embarcada e falta motorista qualificado.”
Ainda de acordo com o presidente da CNT, se a PEC for aprovada, a redução da jornada de trabalho poderá impactar as tarifas de transporte entre 6% e 8% e os fretes, entre 6% e 10%. “Esse impacto vai gerar aumento do Custo Brasil, vai aumentar o custo das exportações. Há uma série de consequências a partir da redução de 44 horas para 40. Por isso, a medida é também inoportuna sob o ponto de vida do Custo Brasil e da economia”, afirma. Clésio Andrade também destacou durante a reunião que ainda falta muito investimento em infraestrutura no Brasil, apesar de ter havido uma melhora nos últimos anos. E citou que a péssima condição de algumas rodovias acaba levando o motorista a um trabalho cada vez mais estressante.
O presidente da Câmara disse aos empresários que o assunto vem sendo discutido já há um tempo na Casa e que é uma questão de alta relevância. Segundo Michel Temer, na tarde desta quarta, ele teria uma reunião com os líderes partidários para definir se a votação das Propostas de Emenda Constitucional será suspensa até o fim das eleições (o segundo turno será em 31 de outubro).
A reunião estava marcada para ter início às 14h, no gabinete da Presidência da Casa. “Há esta possibilidade, então, de adiar a votação”, disse Temer. Outra possibilidade, conforme o parlamentar, é que neste ano só sejam votadas as propostas prioritárias. Desta forma, conforme o presidente, a opinião dos líderes será considerada sobre o que deve ser considerado prioritário. Michel Temer disse ainda que desde quando assumiu a presidência da Casa percebeu que esse era um assunto que merecia atenção e defendeu que tudo fosse feito com muito diálogo.
voltar