Estudo exclusivo com 107 lideranças de companhias com faturamento acima de R$ 100 milhões indica que 80% já consideram a IA nos orçamentos e 30% pretendem ampliar as equipes
Tecnologia e capital humano estão entre as prioridades dos CEOs de empresas brasileiras para 2026. É o que mostra uma pesquisa da Open Mind, plataforma de conexão entre altos executivos com mais de 1,2 mil integrantes no país.
O estudo, finalizado na segunda quinzena de outubro e obtido com exclusividade pelo Valor, ouviu 107 lideranças de companhias de diversos setores, com faturamento acima de R$ 100 milhões.
O objetivo foi entender como estão sendo desenhados os orçamentos para um ano que promete uma conjuntura delicada para os negócios – o que inclui instabilidade econômica global, tensões comerciais, câmbio volátil e ano eleitoral no Brasil.
“A tecnologia aparece como a principal prioridade de investimento para 2026, seguida por desenvolvimento de pessoas, vendas e marketing”, avalia Lúcio Júnior, CEO da Open Mind Brazil. Embora a pesquisa não tenha solicitado aos entrevistados percentuais de interesse por área, houve uma predominância clara nessas frentes de investimento, explica.
“O dado reforça uma agenda voltada à eficiência e à capacitação de pessoas como respostas a um ambiente desafiador”, afirma. “A TI tem sido o caminho para manter competitividade e agilidade , enquanto o olhar para as equipes mostra que os aportes em capital humano continua no centro das decisões estratégicas.”
De acordo com a investigação, a inteligência artificial já faz parte da realidade financeira da maioria das corporações: 80% consideram a IA como uma “linha ativa ou iminente” no orçamento, 43% realizam aportes em sistemas do setor e 36% pretendem iniciar esse movimento em 2026.
Times em expansão
“No cenário de emprego, apesar das incertezas, o estudo mostra estabilidade com viés de crescimento”, anota. Entre os entrevistados, a maioria (46%) pretende manter o quadro atual de funcionários, 30% planejam ampliar as equipes e 21% projetam cortes de pessoal.
“São números que surpreendem positivamente”, assinala. “A leitura é que os executivos estão confiantes em relação à execução dos planejamentos, mas com estratégias flexíveis, o que permite ajustes rápidos caso o panorama de negócios mude.” Segundo o relatório, em 2026, 64% dos gestores pretendem manter ou reduzir os níveis atuais de despesas, o que pode indicar “uma lógica de crescimento com disciplina orçamentária”.
“A flexibilidade passa a ser um pilar importante para proteger as operações e manter o ritmo de inovação”, aponta. “Investir em TI e na formação de lideranças é um diferencial competitivo para os próximos anos.”
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