Brasil terá menor custo logístico e maior capacidade de desenvolvimento, dizem especialistas
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Presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, defende equilíbrio entre modais durante debate sobre o Plano Nacional de Logística 2050

Especialistas do setor logístico afirmam que o novo Plano Nacional de Logística (PNL) 2050, que deve ser publicado pelo governo federal ainda este ano, tem capacidade de reduzir os custos logísticos do país e ampliar a possibilidade de desenvolvimento. Reunidos em um dos encontros da série Logística no Brasil, promovida pelo Valor, em parceria com a Infra S.A. e o Ministério dos Transportes, os especialistas convidados afirmaram que a complementaridade de modais é um dos destaques do projeto.

“O PNL é o nosso guia”, disse Leonardo Cezar Ribeiro, secretário nacional de Transporte Ferroviário. “Temos a meta de dobrar a capacidade de participação das ferrovias na matriz do país. Isso vem dentro de um trabalho de trazer uma infraestrutura que se conecte ao modal rodoviário.”

Conforme Ribeiro, o Ministério de Transportes planeja uma infraestrutura de transportes que olhe para a integração dos modais rodoviário e ferroviário, tentando também endereçar gargalos ambientais e regulatórios. “Temos hoje, no Brasil, um ciclo histórico de investimentos em infraestrutura, mas ainda há um espaço para investir no setor de transporte, seja rodoviário ou ferroviário. Precisamos atrair capital de longo prazo. A expansão de logística que planejamos significa também um redesenho estrutural da economia”, afirmou o secretário.

Na mesma linha, o presidente da Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro (Fetranscarga), Eduardo Rebuzzi, reforçou que os modais ferroviário e rodoviário devem ter modelos complementares. “O Transporte Rodoviário de Cargas é o modal principal para a operação intermodal e última milha, e  o equilíbrio na matriz de transporte brasileira, com o desenvolvimento dos modais ferroviário e marítimo, é importante para a logística e competitividade do Brasil. Assim, nossa economia vai crescer.”

Também presente no debate, Ulisses Oliveira, diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Porto Sudeste, salientou a necessidade de diversificar o uso de portos no país, para que não haja uma sobrecarga no Porto de Santos.

O Porto Sudeste, que é parte do Complexo de Itaguaí, tem integração com duas grandes rodovias e capacidade de integrar a região Sudeste, na visão do diretor. “Há muitas possibilidades de desenvolvimento possível pelo Complexo Portuário de Itaguaí. Quando olhamos para a malha portuária do país, a sensação é de existir somente um porto [o de Santos]. É um ativo importante, mas temos outros. Há uma tese de que o Porto de Santos pode chegar a um limite, e que sem isso o Brasil não poderia mais escoar cargas. Isso não é verdade.”

Para Oliveira, o PNL tem essa capacidade de melhorar os planejamentos e diversificar os modais, mas falha na falta de previsão dos terminais privados. “Deixamos de fora uma parte determinante da logística. Sem isso, não haverá integração no país.”

Eduardo Kantz, diretor de Relações Institucionais e ESG da Prumo, avaliou que gasodutos, oleodutos e minerodutos devem ainda ser incluídos no planejamento estratégico da logística. “No Açu, temos o mineroduto, que recebe minério de ferro. Isso também endereça gargalos de competitividade e de capacidade portuária.”

Para Kantz, a integração entre rodovias, ferrovias e portos, além de minerodutos e gasodutos, são fundamentais para destravar o investimento industrial. “São modelos fundamentais para que haja desenvolvimento econômico e social”, afirmou.


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