Apesar da demora na recuperação do emprego, os demais indicadores mostram um cenário bem mais benigno neste ano do que em 2017, dizem especialistas consultados pela reportagem. Ao contrário do ano passado, que começou com inflação acima do centro da meta e juros de 13,75%, a virada agora é positiva. O IPCA deve fechar 2017 abaixo de 3% e a taxa básica da economia caiu para 7% ao ano –o que traz impacto positivo sobre o nível de endividamento das famílias, o que pode levar a um alto do consumo.
Poucas instituições, porém, colocam na conta a aprovação da reforma da Previdência. "Procuramos pensar no cenário mais provável e estrutural. É pouquíssimo provável a aprovação da reforma", diz Gustavo Arruda, economista do BNP Paribas.
Se a proposta passar, o impacto seria positivo. "Se tivermos a aprovação, podemos ter ganho de crescimento ou queda no dólar", afirma Thais Zara, economista-chefe da Rosenberg Associados.
Eleição
O fator eleitoral é o que impede uma maior clareza das projeções, apesar de o candidato com agenda reformista estar no radar das casas –a vitória de um populista poderia ter como resultado piora nos cenários projetados.
"O cenário eleitoral vai ficar indefinido por boa parte do ano. O atual quadro aponta para candidatos que dizem que vão rever os avanços", afirma José Pena, da Porto Seguro Investimentos.
A volatilidade também está presente nas projeções de Iana Ferrão, economista do Credit Suisse. "Tem um cenário muito incerto no ano que vem. A incerteza é maior hoje do que nas últimas eleições, não sabemos se o Lula vai poder ser ou não candidato. Não sabemos quais os candidatos de centro-direita. Aí é mais difícil de projetar", diz.
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