O governador Geraldo Alckmin (PSDB) assina hoje, no Palácio dos Bandeirantes, contrato com o Consórcio ABC Integrado para construção da Linha 18-Bronze (Tamanduateí-Djalma Dutra) do Metrô, que ligará a Capital a São Bernardo, passando por São Caetano e Santo André. Com 15,7 quilômetros de extensão, é o primeiro ramal metroviário expandido para fora de São Paulo.
Em entrevista exclusiva ao Diário ontem à noite, Alckmin afirmou que, a partir da assinatura de hoje, as desapropriações terão início imediatamente. O EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) prevê retirada de cerca de 200 mil metros quadrados de propriedades, divididas em 17 blocos.
“É momento histórico e grande conquista para o Grande ABC. Pela primeira vez o Metrô sairá da Capital e a Linha 18 passará por São Caetano, Santo André e São Bernardo. Será uma das principais ações de Mobilidade Urbana, que beneficiará muito a população dessas cidades”, afirmou o governador.
Segundo o tucano, implantação de canteiros de obras terá início em 60 dias e o prazo de conclusão é de 36 meses. “O consórcio também tem interesse em iniciar a obra o mais rápido possível, já que será uma PPP (Parceria Público-Privada)”, disse o chefe do Executivo estadual.
Ainda é necessário obter licença de instalação de alguns setores do trajeto junto à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), processo que pode levar até seis meses. No entanto, será possível solicitar a autorização de forma pontual para pontos onde já há emissão de certidão de posse do terreno. O trâmite foi utilizado na Linha 17-Ouro (Jabaquara-Morumbi), que está em processo de construção.
Há discussão sobre remoção de reassentamento às margens do Ribeirão dos Couros e da Avenida Lauro Gomes, no bairro Bom Pastor, em Santo André, mas que não deve resultar em atraso no andamento da obra. “Não é número absurdo (de famílias). O Consórcio (ABC Integrado) irá cuidar e disse e terá apoio da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) caso seja necessário”, destacou o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), relator do projeto que autorizou a obra e integrante da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa.
A obra do Metrô custará R$ 4,26 bilhões, sendo R$ 1,92 bilhão responsabilidade do poder público (repartido entre Estado e União), R$ 1,92 bilhão da iniciativa privada, além de R$ 407 milhões para as desapropriações, que virão dos cofres do Palácio dos Bandeirantes. No formato monotrilho – não poluente, elétrico e silencioso –, cada trem da Linha 18 terá cinco vagões, que comportarão ao todo 750 passageiros por viagem. O Consórcio Integrado ABC é composto pelo grupo Primav – do qual fazem parte a empreiteira CR Almeida e a EcoRodovias –, e pelas construtoras Cowan, Encalso e Benito Roggio.
Morando destacou que a parte governamental está concluída. Agora, segundo ele, o foco será de cobrança e fiscalização para que a obra corra de forma adequada e seja entregue dentro do prazo. “Vamos acompanhar fielmente que nem fizemos com outras obras, exemplo do Rodoanel. Vejo boa vontade de todos os lados (Estado, municípios e União). Independentemente da coloração partidária, é causa coletiva comum e de interesse difuso. Essa é a maior conquista de Mobilidade Urbana desde o (corredor) do trólebus (Ferrazópolis-Santo André) em meados dos anos 1980”, afirmou o deputado tucano.
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