As bandeiras do SETCESP, que defendem há anos o abastecimento da metrópole e o emprego racional de veículos de dimensões adequadas para este fim foram debatidas e discorridas pelos conferencistas do evento, que atraiu cerca de 180 pessoas ao auditório da entidade.
A abertura do evento ficou a cargo do diretor-Presidente da Braspress, empresa especializada no transporte de encomendas, ex-presidente do SETCESP e membro do Conselho Superior da entidade. Com o tema “A Visão do Empresário sobre a Distribuição Urbana em São Paulo e suas Tendências”, a palestra de Urubatan traçou um panorama realista do transporte na metrópole. “São Paulo tem data e hora para parar. Com tantos carros sendo emplacados por dia, a cidade é uma das mais motorizadas do mundo”, disse o empresário.
Para ele, São Paulo tem que se reestruturar para ter uma boa logística urbana. Dentre as necessidades para evitar o caos no abastecimento, Urubatan citou a urgência da realização de pesados investimentos em transporte coletivo de qualidade e reorganização dos estacionamentos nas vias públicas. “A cidade não se abastece por decreto. É preciso olhar para este problema com seriedade”, concluiu o palestrante.
As “Soluções Logísticas para a Distribuição e Acompanhamento das Entregas” foi o tema da segunda palestra, ministrada pelo coordenador e pelo vice-coordenador da CAD (Comissão de Abastecimento de Distribuição do SETCESP), o empresário Thiago Menegon, da TDB Transporte, e o consultor Laudízio Marquesi.
Menegon ressaltou a importância dos VUCs para o abastecimento da cidade e relatou os problemas ocasionados pelas restrições. A CAD realiza um trabalho de quase dez anos no acompanhamento da evolução da distribuição de mercadorias por São Paulo e acaba de finalizar a pesquisa do Índice de Eficiência no Recebimento (IER) 2010, que avalia as condições de recebimento de cargas nos principais estabelecimentos comerciais e centros de distribuição da região metropolitana.
O secretário do Meio Ambiente da cidade de Guarulhos, Alexandre Kise, foi o terceiro palestrante do evento e apresentou o tema “Reciclagem – O Grande Desafio do Futuro”. Em sua palestra, Kise abordou a logística reversa, primordial para o retorno de materiais para a reciclagem, e a destinação dos resíduos sólidos industriais, agora regulamentada por lei.
O painel final do evento foi reservado às montadoras, que debateram a motorização Euro V, que chega em 2012 e demandará a adição de uma solução de ureia ao combustível para a redução das emissões de gases poluentes. Participaram do painel as associadas mantenedoras do SETCESP Ford, Iveco, Scania e Volkswagen.
A coordenadora da COMFROTA, Anacélia Panzan, fez o encerramento do evento, que julgou de grande interesse para o setor. “Foi um debate muito interessante, pois os problemas da logística de São Paulo estiveram no tema central o tempo todo. Gosto muito da visão do Urubatan Helou sobre as soluções para a cidade, pois concordo com uma reestruturação e uma racionalização do abastecimento urbano. Espero que tenhamos debates deste nível todos os anos, nas próximas edições do Seminário da COMFROTA”, diz Anacélia.
Fotos: Marcella Parente
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