Compartilhe
12 de Abril de 2018 – 15h10 horas / CNT

A primeira grande obra de infraestrutura – uma estrada de ferro entre o Paraná e o Mato Grosso – feita pelos batalhões do Exército é datada de 1901. Quatro anos depois, a corporação trabalhou na fortificação do Porto de Santos. De lá para cá, o Exército tem desempenhado um papel importante para a infraestrutura de transporte do Brasil, atuando em obras de construção e manutenção de grandes corredores logísticos. Entre as principais estão, por exemplo, a construção da Ferroeste (PR), o Porto de São Francisco do Sul (SC), a terraplenagem do terminal 3 do aeroporto de Guarulhos (SP), a recente duplicação de trechos da BR-101 no Nordeste e da BR-163, uma das rotas mais estratégicas de escoamento de grãos entre o Centro-Oeste e o Norte do país.

 

Neste ano, a corporação executa ainda obras de implantação e manutenção em dez outros trechos de rodovias federais e estaduais, além da ampliação do aeroporto regional de Dourados (MS). Todas as intervenções ficam a cargo dos quatro grupamentos de engenharia do Exército, localizados em João Pessoa (PB), Manaus (AM), Campo Grande (MS) e Porto Alegre (RS), com apoio dos batalhões locais.

 

Segundo o diretor de obras de cooperação do Exército, general Daniel Dantas, o fato de a corporação possuir batalhões em todas as regiões do país facilita o trabalho, pois a administração pública pode contar com a estrutura em momentos de crise. “Estamos à disposição dos governos federal, estaduais e municipais. Às vezes, um problema administrativo ou algum empecilho judicial emperra determinada obra, e o governo acaba repassando para a gente concluir”.

 

Foi isso que aconteceu com a BR-163. Segundo o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), “o segundo contrato para as obras na rodovia estava sendo rescindido porque as empresas contratadas não haviam apresentado o desempenho esperado e precisava-se de uma mobilização rápida”. Além disso, era necessária a presença do Estado na região, uma vez que o posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) mais próximo fica a cerca de 700 km de distância do local da obra.

 

O orçamento para a realização das obras do Exército é responsabilidade do órgão que solicita. A instituição apenas executa a intervenção. Uma das vantagens é que a mão de obra não é paga, já que as obras são realizadas pelos militares. Mas o general Dantas admite que a produtividade pode não ser a mesma de uma empreiteira porque os soldados estão em processo de aprendizado. “O governo não paga pelo profissional, mas, em contrapartida, o tempo de realização da obra pode ser maior, ainda que isso não implique perda de qualidade”, ressalta.

 

Outra vantagem é que, para contratar o Exército, o governo não precisa realizar licitação, diferentemente da contratação de empreiteiras. A lógica, entretanto, não vale para a aquisição de material. Nesse caso, o Exército também se submete à Lei nº 8.666/93, assim como todos os órgãos ligados à administração pública.


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.