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12 de Janeiro de 2018 – 03h33 horas / DCI

A produção de soja na safra 2017/2018 deve se aproximar do recorde alcançado na temporada anterior e chegar a 114,1 milhões de toneladas, segundo estimativa da Agroconsult. A projeção está amparada no plantio de maior parte da área dentro do período considerado ideal.

 

“Faltou um pouco de chuva em algumas localidades, mas de forma geral, a área foi implantada com qualidade extraordinária”, disse o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa. Na safra passada, a produção de soja foi de 114,6 milhões de toneladas, apenas 0,4% abaixo da projeção para o ciclo atual.

 

Os dados foram divulgados durante a apresentação do Rally da Safra 2018, expedição que percorrerá 95 mil quilômetros para acompanhar o desenvolvimento da safra de grãos neste ano.

 

A perspectiva de crescimento também está ancorada no aumento da produtividade. Pessôa não descarta a possibilidade de que a produção supere o recorde e chegue a 118 milhões de toneladas, com uma produtividade igual a da temporada passada, de 56 sacas por hectare. A projeção atual é de 54 sacas por hectare, a segunda maior da história.

 

“Se daqui para frente tudo correr como foi no ano passado, a gente pode ter uma produtividade tão boa ou melhor do que no período”, argumentou Pessôa. No entanto, ele alertou para a expectativa de chuvas durante a colheita, que podem reduzir a produção.

 

Os dados estão acima dos estimados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que na última quarta (10/01) projetou uma safra de soja de 110 milhões de toneladas em 2017/2018. “Será uma surpresa se a safra for tão pequena”, destacou Pessôa.

 

Outro fator favorável para a oleaginosa é o aumento de área cultivada, que deve alcançar 35 milhões de hectares, alta de 3,2% em relação ao ciclo anterior, avançando em áreas antes cultivadas com milho. “Isso é positivo pois a produção sobre uma área que já alcançou seu potencial produtivo tende a ser maior”.

 

Na avaliação de Pessôa, esse aumento na oferta não deve ser um fator para a queda dos preços, devido à demanda crescente, mesmo que a taxas menores, da China e de um crescimento vigoroso da demanda de países do sudeste asiático. Ele espera que o valor médio pago pelo bushel supere os US$ 10 dólares.

 

Segundo a consultoria, a comercialização da nova safra está em torno de cinco a dez pontos percentuais menor que a temporada anterior. “Das últimas cinco ou seis safras, esta é a que tem a comercialização mais atrasada de todas”.

 

No caso do milho, a venda antecipada ocorreu em volumes muito pequenos. A consultoria projeta a produção total de 97,6 milhões de toneladas para a cultura, queda de 6% em relação ao ciclo anterior e uma área 3% maior, de 17,1 milhões de hectares.

 

A produção na safrinha deve recuar 4%, para 65,6 milhões de toneladas, em uma área 2% superior, de 12,3 milhões de hectares. Já na safra de verão, a expectativa é de produção de 26 milhões de toneladas, 14,7% a menos que no ciclo passado e uma área de 4,7 milhões de hectares, 14,5% inferior.

 

Para a safra de grãos como um todo, a consultoria projeta a produção de 231 milhões de hectares, 4,1% a menos que a safra recorde de 2016/2017 e uma área de 61,6 milhões de hectares. “O milho tem uma produção maior do que a soja, o que explica, em parte, essa queda na produção”.

 

Conab

Na sua quarta projeção de safra, divulgada na quinta (11/01), a Conab estimou que a safra 2017/2018 pode chegar a 227,9 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 4,1% em relação ao ciclo passado. A área total, por outro lado, deve crescer 1%, para 61 milhões de hectares.

 

O boletim da estatal consolida a queda de produção de milho na primeira safra, que deve ficar em 25,2 milhões de toneladas, retração de 17,3%. A produção total do grão deve recuar 5,6% em relação ao ciclo anterior, para 92,3 milhões de toneladas. “A queda da produção de milho na primeira safra vai trazer estabilidade aos preços da commodity”, avaliou o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller durante evento. “Mas isso não vai comprometer a oferta de milho, pois temos estoques elevados”, assegurou o secretário do Mapa.


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