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29 de Agosto de 2017 – 04h40 horas / FecomercioSP

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registra alta de 0,9% em agosto e atingiu 78,9 pontos, ante 78,2 pontos vistos em julho. Se comparado com o mesmo mês de 2016, quando o indicador estava em 66,3 pontos, a alta foi de 19%. O ICF é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação e acima de 100, satisfação, em relação às condições de consumo.

 

Para 49% dos paulistanos haverá alguma melhora profissional nos próximos seis meses. Após quatro quedas consecutivas, o item Perspectiva profissional subiu 3,1%, passando de 100,7 para 103,8 pontos. Essa foi a maior variação em termos de pontuação entre os sete itens que compõem o ICF.

 

Outro destaque positivo foi o item Renda atual, que atingiu 91,2 pontos, alta de 3,5%. Com inflação abaixo dos 3%, deflação dos alimentos e injeção dos recursos do FGTS das contas inativas, 28% dos paulistanos consideram que hoje a renda familiar está melhor do que há um ano. Esse é o maior porcentual desde junho de 2015.

 

Já o item Emprego atual obteve ligeira queda em relação ao mês anterior (-0,9%), ficando em exatos 100 pontos. Isso significa que o porcentual de respostas positivas se igualou ao de negativas. O item, porém, está 7,7% acima do patamar do ano passado, quando atingiu 92,8 pontos.


De acordo com a assessoria econômica da Federação, as recentes reduções da Selic, que refletem nas taxas de juros cobradas do consumidor, têm colaborado para haver menor restrição ao crédito. O item Acesso ao crédito teve uma evolução de 1,3%, atingindo 76,6 pontos. Vale ressaltar que 48% dos paulistanos ainda dizem ter dificuldade na obtenção de financiamento para compras a prazo. Apesar de elevado, esse índice é bem inferior aos 56% registrados em agosto de 2016.

 

Aos poucos, o número de paulistanos que consideram um mau momento para compra de bens como geladeira, TV e fogão vem caindo. O item Momento para duráveis atingiu, em agosto, 55,9 pontos, 1,2% acima dos 55,2 pontos de julho. Na comparação com agosto do ano passado, o indicador avançou 39,9%. Em 12 meses, o porcentual de entrevistados que consideram um mau momento para compras de bens duráveis passou de 78% para 69%.

 

Apesar da melhoria na renda e no acesso ao crédito, 60% das famílias dizem consumir menos em agosto. O item Nível de consumo atual teve a avaliação mais baixa do ICF, registrando 50,7 pontos, 3,1% menor do que em julho. Na comparação interanual, porém, houve um avanço de 39,7%.

 

O item Perspectiva de consumo obteve leve variação (-0,2%) em relação a julho, atingindo 74,2 pontos. Em comparação ao mesmo mês de 2016, quando o indicador estava em 53,4%, houve crescimento de 39%. Para 47% dos entrevistados, o consumo da família e da população em geral tende a ser menor nos próximos meses. Em agosto do ano passado, 62% responderam negativamente.

 

Os resultados por faixa de renda foram distintos. O índice de intenção de consumo das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos cresceu 1,7% na comparação com julho, atingindo 77,8 pontos. Já o índice das famílias com renda superior a esse montante caiu 1,1% em agosto, mas, mesmo assim, ainda foi o mais elevado, com 82,3 pontos. As elevações anuais foram de 17,7% e 22,6%, respectivamente.

 

Para a assessoria econômica da FecomercioSP, apesar de o ICF ainda estar no campo negativo, abaixo dos 100 pontos, está muito acima do valor de 2016, apontando uma pequena melhora nas condições econômicas das famílias, influenciada fortemente pela queda da inflação.

 

O aumento anual na intenção de consumo das famílias já pode ser sentido nas vendas, mesmo que de forma tímida. Segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista, da FecomercioSP, as vendas do varejo paulistano cresceram 4,9% no acumulado de janeiro a maio. Para a Entidade, a inflação sob controle e o alívio nos dados de emprego, que acumula saldo positivo em 2017, podem contribuir para que em curto prazo o ICF ultrapasse a barreira dos 80 pontos, patamar não registrado desde junho de 2015.


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