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10 de Agosto de 2016 – 04h19 horas / CNT

A partir do ano que vem, o diesel comercializado nos postos de combustíveis deverá conter 8% de biodiesel e a meta, até 2019, é ampliar a mistura para 10%. Mas em uma empresa localizada em Camaquã, no Rio Grande do Sul, cidade a 129 quilômetros de Porto Alegre, a meta é bem mais ambiciosa. E imediata.

 

Há cerca de dois meses, a Camaquã Distribuidora instalou uma usina de produção de biodiesel, para ampliar o uso desse produto na frota de caminhões. A produção inicial é de 20 mil litros mensais, equivalente a 20% de todo o combustível utilizado nos veículos, que passa a ser fabricado na própria empresa. “Como o diesel já vem com adição de 7%, os nossos caminhões estão rodando com 27% de biocombustível. Os veículos não perdem eficiência e é mais benéfico ao meio ambiente”, diz um dos sócios da empresa, Márcio Silva.

 

A matéria-prima é óleo de cozinha usado, fornecido pelos clientes: supermercados, bares e restaurantes. Para isso, a Camaquã Distribuidora começou a deixar galões vazios e recolher galões cheios do resíduo a cada nova entrega nos estabelecimentos. Segundo Márcio Silva, a empresa não vê vantagens financeiras na adoção dessa medida, mas os impactos positivos para o meio ambiente: “além de conseguir dar uma destinação correta para o resíduo, conseguimos reduzir as emissões de gases poluentes”. O óleo de cozinha, se descartado indevidamente, agrava a poluição de recursos hídricos e do solo, além de causar danos ao encanamento, quando despejado, por exemplo, no ralo da pia. 

 

A frota da empresa é formada por 52 caminhões, que rodam por 96 municípios do Rio Grande do Sul, que concentram 45% da população do estado.
 

No Brasil, o uso do petróleo no setor corresponde a 39,8% das emissões de gás carbônico. Enquanto no mundo a indústria do carvão é a principal emissora de poluentes, no Brasil, a culpa é do petróleo, cuja cadeia responde por 72% das emissões de dióxido de carbono, segundo relatório do Observatório do Clima.

 

Biodiesel no Brasil

 

Dados da Ubrabio (União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene) apontam que o B-7, diesel que concentra 7% de biodiesel, reduz em 5% as emissões de poluentes em comparação com o comum. No caso do B-10, com 10% de mistura, a diminuição será de 7%.

 

A indústria do biodiesel no país tem produção autorizada de 7,5 bilhões de litros por ano. Atualmente, são produzidos quatro bilhões de litros. Até 2019, com a ampliação da mistura, o resultado deve alcançar 5,8 bilhões de litros anuais.

 

Atualmente, 75% da matéria-prima utilizada pelo setor é óleo de soja. Conforme a entidade, o país ainda pode avançar em outras aplicações. O óleo de cozinha usado é um exemplo: nos Estados Unidos, a substância contribui para a fabricação de 12% do biodiesel do país. No Brasil, o índice é de apenas 1%.


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