Alça do Rodoanel não tem prazo para ser construída
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29 de Janeiro de 2016 – 05h17 horas / Diário do Grande ABC

A construção de acesso ao Trecho Leste do Rodoanel em Ribeirão Pires não tem mais data para ser executada. Isso porque o projeto, que deveria ter sido iniciado em setembro, ainda está sendo avaliado por técnicos da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo). Segundo especialista, a demora para o início da intervenção prejudica a economia da região.


De acordo com a Artesp, o atraso na execução do projeto ocorreu porque a “obra não estava prevista no contrato de concessão” do Trecho Leste do Rodoanel, por isso há a necessidade de trâmites técnicos e administrativos para sua aprovação e inclusão. Entretanto, a previsão para o término dessas etapas não foi informada pela agência reguladora. Após o licenciamento e autorização para início de obras, o prazo para conclusão será de 18 meses.

Para o especialista em políticas públicas da FGV (Fundação Getulio Vargas) Alexandre Akio Motonaga, o impacto socioeconômico desse atraso é muito grande para os municípios do Grande ABC. “Todo mundo que está perto do Rodoanel quer ter um acesso fácil a ele. Isso porque a rodovia é fonte de oportunidades para atrair empresas e investidores. Se você tem essa possibilidade (de construir uma alça) e ela não é concretizada de forma ágil, isso impacta negativamente o desenvolvimento econômico dessa região, principalmente para Ribeirão Pires e Suzano.”


Segundo o especialista, o atraso do Estado na execução do projeto é preocupante para o desenvolvimento dos municípios pequenos, como é o caso de Ribeirão Pires. “Trata-se de um local com infraestrutura menor. Por isso as ações do Estado nessa região têm papel fundamental. Por meio delas a cidade consegue impulsionar seu desenvolvimento econômico. Sem esse apoio, o município dificilmente vai evoluir nesse quesito.”


Responsável pela construção do empreendimento, a SPMar – que no momento só aguarda o aval da Artesp para iniciar o projeto – é uma das empresas que acreditam que o atraso da obra tem impacto direto na economia da região. Em nota, a concessionária afirmou que “entende que, em um período de instabilidade da economia brasileira, o complexo de interligação do Rodoanel com a Estrada dos Fernandes é fundamental para a região, pois durante a sua concepção irá gerar mais de 900 empregos diretos, garantido crescimento sustentável para diversas cidades”, incluindo Ribeirão Pires.


Preocupado com o atraso, o prefeito da cidade, Saulo Benevides (PMDB), afirmou ter tentado sem sucesso marcar reunião com a Artesp. “Eles não tinham agenda. É preocupante, pois estou trabalhando para construir um grande condomínio industrial no bairro Quarta Divisão (região próxima ao local onde será construída a alça). A demora (do projeto) atrapalha o desenvolvimento da cidade”, afirma.


Moradores como o entregador Angelo dos Santos, 41 anos, já temem que a demora adie cada vez mais o sonho de empresários investirem na região. “Se tivesse essa alça, muitas empresas poderiam vir para cá e gerar oportunidades. Sem contar que ajudaria as que já temos aqui.”

PROJETO


Anunciada em maio pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), a construção da alça viária consiste em complexo composto por duas pistas (uma em cada sentido), com duas faixas de rolamento cada, com cerca de 2,4 quilômetros de extensão, seis viadutos e um quilômetro de vias marginais. Dois desses viadutos serão erguidos no entroncamento com o Rodoanel, na altura do km 104, em Suzano, próximo à divisa com Ribeirão Pires, assim como a marginal. Outros dois elevados vão ser erguidos para transpor a Estrada do Moreira e os dois últimos, na Estrada dos Fernandes. O investimento inicial estimado é da ordem de R$ 160 milhões.


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