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09 de Setembro de 2015 – 05h08 horas / Automotive Business

Diante da forte contração do mercado, encerrar 2015 com queda de 30% das vendas será uma vitória. A opinião é de Marcel Visconde, presidente da Abeifa, associação dos importadores e fabricantes de veículos. “Estamos nos esforçando para que a retração não passe de 25% a 30%, que é uma redução forte, mas não é uma aberração, ainda está alinhada com a do mercado”, ponderou o executivo em coletiva de imprensa na terça-feira, 8.

O dirigente destacou ainda que, se a queda se concretizar, ela acontecerá sobre o resultado já enfraquecido de 2014, que terminou com redução expressiva sobre o ano anterior. Dessa forma, se as vendas das 28 associadas da entidade diminuírem nesta proporção, no fim de 2015 os emplacamentos devem ficar em torno de 67,6 mil veículos importados.

Visconde avalia que a contração é bastante nociva para as empresas e terá como consequência o fechamento de concessionárias. “No início do ano não imaginávamos uma frenagem tão rápida da economia. Vivemos momento muito agudo. Já não é uma travessia, é questão de sobrevivência”, aponta, indicando que a situação já não parece mais ser passageira.

Além da conjuntura política e econômica, ele indica a apreciação do dólar em relação ao real como um dos aspectos mais desafiadores para as empresas da Abeifa nos últimos meses. O executivo admite que, nos começo do ano, trabalhava com a expectativa de que a cotação da moeda variasse entre R$ 3 e R$ 3,30. “Agora já estamos em R$ 3,80”, destaca.

“Faltam sinais claros do que fazer. Precisamos que remédios sejam dados mais rapidamente”, acredita o executivo. Ele defende que o governo deve priorizar a adoção das medidas econômicas que compõe o ajuste fiscal para que a economia volte aos trilhos. A entidade também negocia com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) a flexibilização das cotas de importação com isenção do adicional de 30 pontos de IPI.

RESULTADOS

De janeiro a agosto as vendas das importadoras da Abeifa caíram 30,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, para 42,6 mil veículos. Se contabilizados os resultados das marcas filiadas à entidade que abriram recentemente fábricas no Brasil, como Chery, BMW e Jeep, a performance foi melhor, com alta de 4,4%, para 65,4 mil unidades.

No acumulado dos primeiros oito meses do ano entre as empresas da entidade que registraram crescimento está a Changan, que ampliou os negócios em 3,8%. A Jaguar anotou alta de 8,7%, colhendo os frutos da ampliação de sua gama e da rede de concessionárias. A Jeep cresceu 28,5% como reflexo do início da operação da fábrica nacional em Goiana (PE), onde é feito o Renegade. A Lifan teve expansão de 14,8% na comparação com o ano passado.

A Volvo é outra marca em expansão, com aumento de 15,6% nos volumes. Segundo a Abeifa, a alta é reflexo de aumento das cotas de importação com isenção do adicional do IPI concedidas recentemente para a marca.

Em agosto as vendas de veículos importados das empresas da associação somaram 4,4 mil carros, com queda de 15,9% sobre o julho e de 39,2% na comparação com igual mês do ano anterior.


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