Defasagem no frete da rota São Paulo – Manaus é de 34,75%
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07 de Março de 2014 – 02h10 horas / NTC&Logística

A rota rodo-fluvial Manaus – São Paulo – Manaus é responsável por grande parte da distribuição dos produtos produzidos na Zona Franca de Manaus e na cidade de São Paulo. É uma das mais longas, demoradas e movimentadas rotas do Brasil. O trajeto compreende um trecho rodoviário de 2.960 quilômetros com duração de aproximadamente cinco dias e, uma etapa fluvial, onde as carretas (semirreboques) seguem de balsa, em mais cinco a oito dias. O ciclo completo do serviço de transporte leva quase um mês e soma cerca de seis mil quilômetros percorridos.


Nesta operação os custos diretos envolvidos, relativos aos veículos, representam quase 60% do total da viagem. E se considerarmos que a balsa também é um custo direto a participação sobe para 78%. Os 22% restantes se referem às despesas administrativas indiretas e aos impostos incidentes (PIS e COFINS).


Considerando todos os custos envolvidos, um estudo do DECOPE apurou um custo total para a rota São Paulo – Manaus com carga tipo lotação de R$ 36.382,70 (valor referente a janeiro de 2014) para ida e volta. Este custo refere-se a todo o processo envolvido no serviço de transporte, contudo não contempla lucro.


Após analisar os custos da rota e o valor de mercado, a NTC esclarece aos que operam ou utilizam o transporte rodoviário de carga sobre a necessidade de se atualizar os valores dos seus custos. Calcula-se uma defasagem média de 34,75% para um conjunto cavalo mecânico tracionando uma carreta de três eixos. Além disso, é importante que os transportadores sejam devidamente remunerados por todas as generalidades e serviços adicionais, tais como: tempo do caminhão parado no cliente e nos postos fiscais, a permanência da carga nos terminais, a cubagem das cargas volumosas, manuseio, paletização, unitização, escoltas e custos com gerenciamento de riscos. Além dos custos decorrentes das restrições a circulação dos veículos, entre outros.


É bom lembrar que esta é uma rota com grandes variações de demanda ao longo do ano, e com desequilíbrios nos fluxos de ida e volta, o que reduz muito a produtividade e encarece substancialmente o serviço de transporte rodoviário de cargas. O estudo aponta para a necessidade de se recompor imediatamente os valores de frete desta rota, para permitir a cobertura dos custos, a reposição das margens de lucro e assegurar os investimentos necessários para que a demanda de carga possa ser atendida dentro da normalidade. Caso contrário, o transporte rodoviário de cargas pode se transformar em grave ponto de estrangulamento para os que utilizam a mesma.


É fortemente recomendável que os usuários dos serviços de transportes rodoviários de cargas revejam as suas políticas de contratação de fretes. Se não o fizerem, correm o risco de verem, em muito breve, suas demandas não supridas, ou no mínimo, atendidas abaixo do padrão de qualidade e segurança necessário e esperado.


São Paulo, 07 de março de 2014


NTC&Logística


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