Na manhã da última segunda-feira (18), por meio do dispositivo ANTT Coopera, foi dado início ao plano de trabalho entre a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e os movimentos voltados para equidade de gênero no setor: Vez & Voz (iniciativa do SETCESP), A Voz Delas (iniciativa da Mercedes-Benz), Mulheres na Regulação e Rota Feminina, para que sejam realizadas ações que tornem o transporte rodoviário de cargas mais diverso, atrativo e inclusivo para as mulheres.
Conduzida por Júlio Ramos, assessor da ANTT para a sustentabilidade no transporte rodoviário de cargas, a reunião teve o objetivo de alinhar a participação colaborativa entre todos os envolvidos, aprovar o calendário de eventos conjuntos e validar as primeiras ações. “É um grande prazer estar aqui reunido com todos vocês para darmos ainda mais visibilidade a este tema”, agradeceu ele.
Guilherme Theo Sampaio, diretor da ANTT, abriu a reunião reforçando a importância de parcerias para realização de ações que tragam resultados efetivos para o setor e manifestou o total apoio da Agência para os assuntos relacionados à equidade de gênero.
Na sequência, José Aires Amaral, superintendente de serviços de transporte rodoviário de cargas, lembrou a decrescente oferta de mão de obra de motoristas ao longo dos últimos anos e a necessidade do poder público, juntamente com as empresas privadas e os órgãos de controle, capacitarem novos públicos, principalmente mulheres e jovens, para atender esta demanda.
Na pauta principal deste primeiro dia de trabalho estavam os Pontos de Parada e Descanso (PPD) e a necessidade de melhoria da infraestrutura e da segurança destes locais, para que esses fatores deixem de ser uma barreira para a ampliação da presença feminina nas estradas.
“Estamos avançando na questão da equidade de gênero no setor, não na velocidade que gostaríamos, mas sim com consistência. O apoio e compromisso da ANTT são fundamentais para que isso aconteça”, afirmou Ana Jarrouge, presidente executiva do SETCESP.
“Além do que já está previsto na legislação, os PPDs precisam ter uma comunicação clara de combate ao assédio e equipe treinada para acolher e orientar as mulheres em situação de risco. E, também revisar a aplicação de multa por longa permanência em casos de vulnerabilidade, problemas mecânicos do veículo ou problemas de saúde dos motoristas”, complementou ela.
Rannielly Moreira, do movimento A Voz Delas, relatou a importância dos PPDs contarem com melhor iluminação em toda a área de estacionamento e proximidade destas com os sanitários, além de fraldário e espaço adequado para convivência familiar. “Muitos motoristas autônomos viajam com suas famílias e os pontos de parada também precisam ser seguros para as cristais [esposas dos caminhoneiros] e crianças”, comentou.
A reunião contou ainda com Vinícius Dantas Lourenço, coordenador de projetos especiais da ANTT; Marcia Lika Mon-Ma, chefe de assessoria internacional da ANTT; Fernando Barbelli Feitosa, gerente de regulação rodoviária da ANTT; além da equipe de todos os movimentos envolvidos.
Todas as sugestões levantadas na reunião serão formalizadas à ANTT, para que tenham sua viabilidade de implementação analisada.
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