O custo para encher um tanque de combustível de um caminhão no Brasil encareceu em média 30% nos primeiros seis meses deste ano.
O levantamento do Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC), feito a pedido da CNN, mostra que, em janeiro de 2022, o gasto para abastecer com diesel S-10 um veículo de médio porte, do tipo truck com capacidade média de 280 litros, era de R$ 1.519,28. Hoje, esse valor chega a R$ 1.969,52.
No caso de um caminhão de grande porte, com capacidade de 400 litros de combustível, o aumento no custo passou de R$ 2.170,4, em janeiro deste ano, para R$ 2.813,60 neste mês. Já no caso de um caminhão pequeno, com capacidade de 100 litros de diesel, chamado de VUC, o preço foi de R$ 542,6 para R$ 703,4.
Os dados para o cálculo do IPTC levam em conta os valores do diesel apresentados no boletim mais recente da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), publicado nesta terça-feira (21).
De acordo com o Adriano Depentor, presidente do conselho superior do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), os combustíveis impactam diretamente no custo final das operações de transporte e chegam a representar de 35% a 50% do frete.
“A única alternativa para o transportador é o repasse imediato para toda a cadeia logística, visto que, diante desses recentes aumentos, acarretará uma defasagem maior nas tarifas. Com essas oscilações, é extremamente importante que as empresas de transporte negociem os contratos antigos e adicionem a questão da variação do combustível nos novos”, defende o presidente.
Entretanto, Lauro Valdivia, assessor técnico da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), o repasse é um problema para as empresas de transporte.
“É muito difícil repassar esse valor. A gente tem visto a frequência dos reajustes, não conseguimos nem passar o último aumento e já está anunciando o próximo. Não foi só o combustível, o preço de um caminhão subiu 40%, tem modelo que já aumentou 64%”, pondera Valdivia.
Ainda de acordo com o IPTC, o mais recente reajuste nos preços praticados pela Petrobras elevará os custos do transporte de cargas com lotação máxima em 21,87% na média geral, sacrificando ainda mais as operações de longas distâncias – acima de 6000 km.
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