Os terminais de carga do Brasil ganharam, pela primeira vez, uma análise detalhada de sua estrutura e funcionamento. O mapeamento inédito foi realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), a partir da compilação de dados e informações sobre esses complexos. Os terminais são responsáveis pela organização e distribuição dos fluxos de mercadoria. É por onde embarcam e desembarcam produtos, além de funcionarem como ponto de referência de importação e exportação. O material produzido pela Confederação faz parte de uma série, cujas duas edições iniciais foram lançadas hoje, 1º de julho.
“Tudo o que as transportadoras movimentam, seja nas rodovias, nas ferrovias, em vias marítimas ou fluviais, em algum momento passa por estruturas que atuam na organização e distribuição do fluxo de cargas. É nesses locais que as mercadorias transportadas são organizadas, colocadas em veículos ou acondicionadas até a próxima etapa de transporte. Qualificar os serviços desses espaços se reflete em eficiência para o setor e, consequentemente, em benefícios econômicos e sociais para todos”, ressalta o presidente da CNT, Vander Costa
O objetivo do primeiro volume é apresentar uma abordagem para a análise dos terminais e oferecer um guia completo, com conceitos e informações técnicas sobre os diferentes tipos existentes: gateways (portuários e aeroportuários), terminais domésticos (portuários, aeroportuários e ferroviários), plataformas logísticas, centros de distribuição e portos secos.
O segundo volume busca retratar, especificamente, os aeroportos com movimentação de cargas internacionais, conhecidos como gateways aeroportuários. Ele foi desenvolvido com o intuito de mostrar a relevância dessas estruturas para o processamento das cargas e no apoio à logística do comércio exterior e de identificar os principais entraves e propor possíveis soluções para que suas funções sejam desempenhadas de forma mais eficiente.
Para se ter uma ideia da relevância dos gateways aeroportuários brasileiros, essas estruturas são responsáveis pela movimentação de 11% do valor comercializado internacionalmente, com destaque para as cargas de maior valor agregado. E, para isso, precisam contar com infraestrutura e equipamentos específicos para cada tipo de carga movimentada.
Para a complexa logística de importação das vacinas contra a covid-19, por exemplo, os gateways aeroportuários precisam ter condições de armazenamento em câmaras frias, entre outros detalhes estruturais, até o insumo ser transportado para um centro de distribuição intermediário e, por fim, chegar aos pontos de vacinação Brasil adentro.
As análises desenvolvidas nessas publicações permitem à CNT levar ao conhecimento dos transportadores, governo e sociedade a realidade dos terminais de carga do Brasil. Com isso, buscam dar mais agilidade ao planejamento e ao direcionamento de recursos, principalmente relacionados à integração entre as modalidades de transporte. Um sistema de transporte de carga eficiente pressupõe a existência de elos dinâmicos na cadeia logística que possam colaborar para diminuir as enormes distâncias geográficas deste Brasil continental.
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