Transporte de cargas é a rota de crescimento para Confins
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Quando a BH Airport assumiu a gestão do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (Confins), em 2014, o compromisso firmado no contrato de concessão era investir no terminal de passageiros, o que foi feito. Mexer no terminal de cargas não era obrigação, mas virou alternativa para ampliar a receita. No ano passado, enquanto o total de passageiros que embarcaram no aeroporto cresceu 4,6%, o volume de cargas transportadas cresceu 24,5%, um ritmo cinco vezes maior, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Também foi praticamente o dobro dos 13% que o mercado nacional cresceu.

Os dados da Anac consideram apenas as cargas que saíram do terminal. Segundo levantamento da BH Airport, somando tudo que entrou e saiu a partir de Confins, as cargas transportadas pelo ar cresceram 53,4%, saltando de 26,3 mil toneladas em 2017, para 40,4 mil toneladas em 2018. “Para este ano, a estimativa é terminar com um aumento de 25%”, destaca o gestor de soluções logísticas integradas da BH Airport, Peter Robbe.

Segundo o executivo, o avanço da movimentação de cargas deixa claro que existe um potencial que ainda não estava sendo aproveitado pelas empresas. “Esse resultado pode ser atribuído à nossa parceria com as companhias aéreas, com operadores logísticos e com a própria indústria, que tem aumentado o transporte de mercadorias e produtos no interior das aeronaves”, diz o gestor.

Aos poucos, o aeroporto internacional de Belo Horizonte tem ganhado mais espaço no mercado nacional de transporte de cargas. Segundo ranking da Anac, a fatia do terminal no total transportado no país era de 2,8% em 2016 e, agora, subiu para 3,4%. “O potencial ainda é muito grande, pois descobrimos que 53% de todas as cargas que têm Minas Gerais como destino final nem passam pelo nosso terminal”, pontua Robbe.

Atualmente, muitas cargas que têm Minas Gerais como destino final ainda chegam a outros aeroportos do país. Para aumentar a integração, a BH Airport fechou uma parceria com a West Cargo, especializada em transporte rodoviário entre aeroportos. “Cerca de 45% das cargas que armazenamos terminam de chegar no aeroporto via rodovia. Por isso, essa parceria é tão importante, pois, assim que uma carga chega em outro aeroporto, ela já pode ser automaticamente transferida para cá”, ressalta Robbe.

E se o volume de cargas não tem crescido porque a economia está parada, a alternativa para ganhar mercado tem sido apostar em novos serviços que levaram Confins a operar sob o conceito de soluções logísticas integradas. Nesse sentido, outra novidade é o entreposto aduaneiro, que viabiliza a integração com o modal marítimo. Em vez de fazer o desembaraço das mercadorias que vêm de navio no porto aonde elas chegam, o importador pode fazer tudo no próprio aeroporto internacional de Confins.

Para quem faz importação pelo modal marítimo, a integração vai aumentar a competitividade. É o caso da Clamper, fabricante de eletroeletrônicos, que faz praticamente uma importação por dia. “Hoje, já usamos o porto seco que fica em Betim, mas, como estamos a 5 km de Confins, vai ser muito melhor poder fazer o desembaraço no aeroporto, pois vamos economizar em frete”, destaca o diretor técnico da Clamper, Wagner Almeida Barbosa.

Segundo o empresário, a integração logística abre possibilidades para ampliar a importação marítima, que tem um custo menor. “Um frete para um contêiner que vem da China, por exemplo, é US$ 1.800 de navio, que dá cerca de R$ 7.000. Depois, ainda temos que pagar pelo frete rodoviário. Se for aéreo, o valor pode chegar a R$ 100 mil, sem contar que, se a carga for pesada, tem que dividir em vários voos”, compara Barbosa.


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