Presidente em exercício do SETCESP publica artigo sobre o abastecimento urbano
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07 de Junho de 2010 – 10h00 horas / O Estado de S. Paulo
O presidente em exercício do SETCESP, Manoel Sousa Lima Jr., publicou na edição de hoje do jornal O Estado de São Paulo um artigo sobre a opinião da entidade no tocante às restrições à circulação de veículos de carga na cidade. O artigo foi redigido a pedido do jornal para um debater acerca do tema e traz a posição desfavorável do Sindicato sobre as restrições, publicada ao lado da opinião do consultor em Planejamento e Gestão Empresarial, Jorge Hori, que, apesar de ser a favor das restrições, considera que “os caminhões circulam porque exercem uma função fundamental para a vida da cidade: a logística. Uma restrição extrema poderia levar ao desabastecimento dos bens de consumo, com prejuízo para a população”.
Confira abaixo a íntegra da matéria publicada, em seu contexto original, e a do artigo de Manoel Sousa Lima Júnior, presidente em exercício do SETCESP:
SP volta a cercar os caminhões para melhorar trânsito
Prefeitura deve anunciar nos próximos meses mais restrições para veículos de carga, apesar da abertura do Trecho Sul do Rodoanel
O Estado de S.Paulo
Pedágio urbano e ampliação do rodízio de veículos foram medidas analisadas e por ora descartadas pela Prefeitura para melhorar o trânsito. Certo é que virão em breve novas e mais pesadas restrições à circulação de caminhões, principalmente nas duas Marginais e na Avenida dos Bandeirantes, como já sinalizou o secretário municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes.
A aplicação de novas restrições para os caminhões dividem especialistas e os responsáveis pela logística do transporte de cargas. Uma das alegações contrárias é de que o Trecho Sul do Rodoanel , inaugurado no dia 1.º de abril, já retirou da cidade os veículos pesados que têm como destino o Porto de Santos. Segundo as empresas de transporte, os que permanecem na cidade são os que realizam serviços de abastecimento na capital.
Independentemente das discussões, a ampliação de novas restrições aos veículos de carga é um ponto certo e inclusive está prevista na Agenda 2012, o plano de metas da gestão municipal. Inicialmente, a Prefeitura havia informado que aplicaria regras mais rígidas logo após a inauguração do Rodoanel. Pouco depois, no entanto, afirmou que haveria um período de adaptação.
Rodoanel. Uma das principais medidas é o aumento dos horários de restrição na Avenida dos Bandeirantes, que pode até ter a circulação de caminhões banida durante o dia. O próprio secretário já informou que a inauguração do Rodoanel tornaria desnecessária a passagem de veículos pesados pela avenida. No entanto, para alguns especialistas, o início da cobrança de pedágio no Rodoanel pode fazer com que muitos caminhões fujam do pagamento, voltando a circular na capital, por isso haveria a necessidade de restrições.
Além da Avenida dos Bandeirantes, é provável que as Marginais do Pinheiros e do Tietê passem por mudanças nas regras para caminhões. Outra possível medida da Prefeitura , e que vem sendo alvo de reclamações do setor de carga , é a proibição da circulação dos Veículos Urbanos de Carga (VUCs) dentro do centro expandido durante o dia. Atualmente, eles obedecem a um rodízio de placas pares e ímpares, de acordo com o dia da semana.
Hoje, além da restrição aos VUCs, os caminhões estão proibidos de circular durante o dia em uma área de 100 quilômetros quadrados dentro do centro expandido. Esses veículos seguem um sistema de rodízio para trafegar em vias como as duas Marginais e a Bandeirantes.
É preciso restringir o tráfego de caminhões?
NÃO
“São Paulo é uma cidade extremamente motorizada. Emplacam-se na cidade, diariamente, mais de 1.200 veículos, ao passo que são registradas pouco menos de 900 crianças nascidas. O debate tem que começar por aí. Não adianta criar restrições e colocar a culpa nos caminhões pelo trânsito caótico sem antes olhar para a cidade de forma mais cuidadosa. Do momento em que levanta da cama até a hora que vai dormir, a pessoa usa produtos e serviços que só chegam até ela graças ao transporte.
Retirar os caminhões das ruas, além de ser uma medida restritiva e nociva ao próprio andamento da economia, não ameniza o transporte individual, que se instaurou em detrimento do transporte coletivo de qualidade. As cargas nunca poderão deixar de chegar a seus destinos, caso contrário, haverá falta de produtos no comércio, gerando diversas outras consequências para a vida dos consumidores.
No caso dos Veículos Urbanos de Carga (VUCs), que são caminhões de até 6,30 metros entre parachoques e que estão proibidos de trafegar no Centro Expandido, a medida se mostra ainda mais inadequada. Os VUCs têm capacidade de carga de até 4,5 toneladas. Outros veículos menores, como vans, caminhonetes e utilitários, carregam, no máximo, 1,5 tonelada por viagem, ocupando 80 centímetros a menos nas ruas. Veículos de passeio do tipo SUV são liberados, e muitos têm medidas parecidas, com mais de 6 metros entre parachoques. Proibir o VUC no Centro Expandido é colocar mais motores a diesel rodando nas ruas, aumentar o custo operacional do transporte urbano de cargas e gerar mais dificuldade para que as cargas cheguem ao comércio.
MANOEL SOUSA LIMA JÚNIOR, PRESIDENTE INTERINO DO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGA DE SÃO PAULO E REGIÃO (SETCESP)

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