Entre os dias 5 e 6 de junho, o SETCESP promoveu um evento que apresentou na prática como as empresas podem medir seus impactos ambientais e sociais
Como parte de uma programação especial voltada à sustentabilidade, na última semana, foi promovido pela entidade dois workshops com um conteúdo bastante prático, em que profissionais do setor de transporte envolvidos com o tema ESG, qualidade e saúde do trabalho puderam expandir seus conhecimentos.
O primeiro abordou a materialidade e o impacto de ações. A especialista Viviane Oliveira, head de Novos Negócios na SEALL Intelligence, instruiu como as organizações devem identificar as partes interessadas em sua cadeia de atividade.
Ela explicou que as empresas devem buscar a materialidade dentro da ‘Agenda 2030’ da ONU, o qual é um mapa público no qual há 17 objetivos temáticos, contendo 169 metas cujo alcance é apontado por 248 indicadores.
“Não é só uma questão ambiental, social ou de governança, é uma questão de alinhamento destes 3 pilares”, contou. Segundo uma recente pesquisa, 78% das empresas não medem seus impactos.
Viviane disse que o termo ESG nasceu de um conceito do mercado financeiro. Também afirmou que, quando a empresa não olha para esses pilares, ela está pondo em risco o negócio. “O consumidor e o cliente estão mudando a relação com a marca e exigem boas práticas de seus fornecedores”, alertou.
Durante a apresentação, foi proposto um exercício para os participantes, no qual tiveram que identificar seus stakeholder (partes interessadas), listar a materialidade relevante para suas organizações e medir o impacto de suas ações.
“A matriz de materialidade é um diagnóstico a ser mapeado. Boas práticas precisam ser calibradas, e oportunidades internas já existentes devem ser aproveitadas”, demonstrou Viviane.
Calculando as emissões
No dia seguinte, outro workshop foi ministrado pelos especialistas; Márcio D’Agosto, professor da UFRJ, coordenador do Programa Logística Verde Brasil (PLVB) e presidente do Instituto Brasileiro de Transporte Sustentável (IBTS) e Lino Marujo, coordenador do PLVB e diretor-executivo do IBTS.
Os especialistas falaram da importância do inventário de emissões de carbono e como transformar dados em estratégia de descarbonização.
“Não é só mudar de tipo de energia, mas sim usar o melhor equipamento para o tipo adequado de carga”, avisou Lino. “Vocês sabem quanto precisam reduzir a pegada de carbono? Em quais operações? Substituindo por quais tipos de energia”, indagou ele, dizendo ser preciso estabelecer um ponto de partida. “Se eu conheço e quantifico, e posso até negociar”!
Márcio, por sua vez, abordou as questões legislativas e regulatórias e comparou a compra de crédito de carbono com a mitigação de emissões.
“O crédito varia no mercado conforme a lei da oferta e demanda. Ao comprar, você terá um custo fixo. Já mitigar pode trazer uma economia real, ainda que a longo prazo. Com o tempo, essa despesa vira receita”, observou Marcio.
Neste segundo workshop, os participantes tiveram acesso a uma tabela com o coeficiente de Consumo total por fonte (veículo) x Fator de emissão por fonte (representando a queima de um litro do diesel) = Emissão total por fonte de energia.
“Isso varia em cada operação. Se é intermunicipal, transferência, entrega urbana, mas no geral, está é a fórmula para que cada empresa de transporte faça o cálculo da emissão de sua frota”, orientou o professor.
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