Vez & Voz destaca a importância do acolhimento à mulher em casos de violência doméstica
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A Live ‘Você não está sozinha’ foi realizada pelo movimento na manhã de ontem

Em continuação a campanha Agosto Lilás, que marca  o aniversário da Lei Maria da Penha (Lei nº11.340/2006), o movimento Vez & Voz promoveu mais uma live, nesta quarta-feira (24), que desta vez, mostrou a importância do apoio tanto para quem está em dúvida sobre se está, ou não, vivendo um relacionamento abusivo, quanto para quem precisa de um lugar seguro para sair da uma situação de violência doméstica.

A transmissão foi ao ar pelo canal do Youtube da TV SETCESP, e contou com a mediação da vice-coordenadora da comissão na entidade, Gislaine Zorzin e a participação de Ana Cristina de Souza, coordenadora municipal de políticas para Mulheres da cidade de São Paulo e de Gabriela Barsotti, psicóloga no SEST SENAT.

“Hoje, a gente vai falar sobre a importância de termos uma rede de apoio”, iniciou Zorzin destacando o desafio que é reconhecer quando estamos, ou alguém próximo está, em uma situação de violência. “Isso ocorre porque a sociedade em geral normaliza muito algumas situações, que não deveriam ser normais”, justificou.

Complementando essa ideia, Souza falou da romantização da violência. “A violência começa no ciúme exagerado do uso de uma roupa ou maquiagem, é primeiramente feita de forma sútil, até virar uma manipulação e culminar nos momentos de humilhação”, explicou ela.

Enquanto isso, a psicóloga do SEST SENAT apresentou como o perfil do agressor muitas vezes é caracterizado por meio do autoritarismo, da impaciência e da intolerância. Já o da vítima, por sua vez, se identifica com um conformismo, a dependência emocional e baixa autoestima.

Segundo a coordenadora municipal, a quebra do ciclo da violência, na maioria dos casos, só ocorre quando atinge também os filhos. Já a psicóloga, afirma que um processo terapêutico é fundamental para que a violência doméstica chegue ao fim.

“O grande desafio é deixar o medo e até a vergonha de lado e decidir buscar ajuda. Seja de uma amiga, da família, de profissionais, da polícia ou do poder público”, reiterou Zorzin.

A prefeitura de São Paulo mantém uma rede de apoio e conta políticas públicas para dar suporte e amparo às vítimas de violência doméstica.

Já o SEST SENAT conta com atendimento psicológico e clínico, presencial e online, além de realizar palestras para empresas de transporte com a intenção de fazer um trabalho preventivo de combate a violência.

“O trabalho não tem que ser feito apenas quando ocorre algum caso, mas também de forma preventiva. Exatamente da forma como estamos fazendo hoje, fortalecendo essa rede de apoio”, informou a psicóloga.

“Quando falamos do combate a violência, é sobre a preservação da vida. Pequenas amostras iniciais de desequilíbrio culminam com a vida ceifada. O Brasil é o quinto país em que mais se mata mulheres no mundo. Mulheres morrem aqui, única e exclusivamente, pelo fato de ser mulher”, lamentavelmente lembrou Souza.

 


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