Vez & Voz apresenta como desenvolver uma comunicação não violenta
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Primeiro o encontro online, com quase 80 participantes, teve uma amostra do case da Conlog Logística sobre a contratação de motoristas mulheres. A head de operações logísticas da empresa, Fernanda Machado, falou sobre como saiu de zero para a colocação de vinte e duas profissionais.

“Nós percebemos as dificuldades que tínhamos para contratar motoristas mulheres. Esbarramos em algumas premissas como a falta de experiência e pré-requisitos legais. Só que a gente tinha um propósito e recuar no processo não era uma opção”, compartilhou Fernanda.

Ela contou que foi necessário fazer um verdadeiro check list de procedimentos para que tudo desse certo. “Antes de colocar uma mulher no volante a gente tinha que gabaritar. Pensamos em todos os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e como capacitar essas mulheres”.

Com todos os desafios, o resultado foi um sucesso. “Nós as treinamos e fizemos o possível, para que sentissem seguras. Posso dizer que hoje nossas colaboradoras se sentem incluídas e pertencentes. A gente não vê gênero, vemos resultado e nível de serviço”, garantiu. 

Esse acolhimento deu o tom ao assunto seguinte: o de como estabelecer uma comunicação não violenta e, ao mesmo tempo quebrar vieses inconscientes. “Para falar com uma boa comunicação, o princípio é o amor. Se formos mais amorosos uns com os outros, a nossa comunicação será melhor”, indicou Madalena.

A especialista continuou a explicação citando o psiquiatra Carl Jung, “conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. Para ela, como nos comunicamos o tempo todo, costumamos prestar pouca atenção às nossas falas e gesticulações.

“O fundamental de uma comunicação não violenta é a empatia. Quando você se dispõe genuinamente a querer entender a dor do outro, você compreende o porquê é necessário combater o racismo ou a questão da desigualdade de gênero”, afirmou.

Madá, como disse que gosta de ser chamada – expôs que é preciso sermos honestos com nós mesmos, evitar julgamentos e as críticas com aspereza, e tornar conscientes os vieses que são verdadeiros sabotadores da nossa comunicação.

“Quantas vezes o outro nos pergunta, o que você tem? E, nós respondemos – nada. Este nada tem nome. É sentimento e precisamos aprender a verbalizá-lo: estou triste, angustiada, nervosa. Precisamos dar nome aos sentimentos e mostrar qual a nossa necessidade e o que estamos buscando para ter a empatia do outro”.

Ainda, segundo a especialista, a forma para termos uma comunicação não violenta é desenvolvermos uma autoconsciência do porque precisamos disso. “Vou me expressar melhor para ter uma comunicação fluida, fortalecer vínculos e evitar conflitos banais”, disse indicando os motivos e benefícios.

Para fechar o encontro, que ocorreu no dia 04 de outubro, Madá fez a seguinte reflexão: “a comunicação não violenta é um convite para a conversa e não um veredito, é uma ponte que transpassa o mal-entendido. Não é uma vara mágica, e sim, uma jornada de prática diária de amor, consciência e autenticidade”.


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