O volume de vendas no varejo recuou 0,6% em abril, na comparação com o mês anterior, descontados os efeitos sazonais, conforme pesquisa divulgada nesta última quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O desempenho foi pior do que o esperado pelo mercado. A mediana das estimativas de 27 analistas de consultorias e instituições financeiras ouvidos pelo Valor Data era de queda de 0,2% do indicador frente a março, quando houve ligeira alta de 0,1% (dado revisado).
Perante abril de 2018, volume de vendas do varejo em abril foi 1,7% maior. Dessa forma, o setor acumulou avanço de 0,6% no ano e de 1,4% nos últimos 12 meses.
O IBGE divulgou que a receita nominal (sem desconto da inflação) do varejo teve queda de 0,3% em abril, em relação a um mês antes, pela série ajustada sazonalmente. Na comparação a abril de 2018, a receita nominal cresceu 7,1%.
Pelo conceito ampliado, que inclui veículos e material de construção, além de outros oito segmentos, as vendas varejistas ficaram estáveis no mês em abril. As instituições financeiras consultadas pelo Valor Data previam avanço de 0,3% no período.
As vendas de veículos tiveram pequeno crescimento em abril, de 0,2%, após alta de 4,3% um mês antes. Já o volume de vendas de materiais de construção avançaram mais rapidamente, com alta de 1,4%.
O IBGE divulga as vendas de veículos e materiais de construção por um conceito separado, chamado de varejo ampliado, porque os dois segmentos incluem vendas também no atacado.
Quando comparado a abril de 2018, o volume de vendas do varejo ampliado subiu 3,1%. O setor acumula agora alta de 2,5% no ano e de 3,5% nos últimos 12 meses.
A receita nominal do varejo ampliado teve ligeira baixa no quarto mês de 2019, de 0,1%.
Segmentos
Das oito atividades pesquisadas pelo IBGE no varejo sem comércio de automóveis e materiais de construção, cinco registraram queda nas vendas entre março e abril.
A queda mais importante para o resultado do período veio de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com baixa de 1,8%. Essa atividade representa quase a metade (48,4%) do total da pesquisa.
“O setor de hiper e supermercado tem queda há três meses consecutivos. Foi o maior impacto negativo no mês”, disse Isabella Nunes, gerente da pesquisa, acrescentando que o recuo tem relação com o custo de alimentos em alta naquele intervalo.
Outras taxas negativas em abril foram na atividade de tecidos, vestuário e calçados (-5,5%), artigos farmacêuticos e perfumaria (-0,7%), equipamentos de matéria para escritório, informática (-8%) e outros artigos de uso pessoal e domésticos (-0,4%).
Essas baixas foram compensadas parcialmente pelas vendas de móveis e eletrodomésticos, que avançaram 1,7% de março para abril. Também ajudaram as vendas de combustíveis e lubrificantes (+0,3%) e livros e jornais (+4,3%).
Na comparação com abril de 2018, tiveram alta no volume de vendas os segmentos de hiper e supermercados (+1,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (+13,4%), que inclui o comércio eletrônico.
Por essa base de comparação, além do “dinamismo vindo do e-commerce”, o IBGE destacou que o segmento foi impactado positivamente pelo deslocamento do feriado da Páscoa. “O feriado ocorreu majoritariamente em abril neste ano, sendo que em 2018 parte dos efeitos ocorreram em março”, diz o IBGE, em nota.
Foto: Eduardo Peret/Agência IBGE Notícias
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