A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que o varejo paulista deverá encerrar o ano com o crescimento de 5% em 2018, o que significa uma expectativa de faturamento real das vendas de R$ 682,7 bilhões, valor de R$ 34,1 bilhões maior em relação a 2017. A última queda mensal real registrada pelo varejo paulista foi em outubro de 2016, o que evidencia a consolidação da trajetória de crescimento.
De acordo com a FecomercioSP, o comércio varejista no Estado de São Paulo mostrou ao longo de 2018 a continuidade e consolidação do ciclo de recuperação de vendas ocorrido entre 2014/2016. Em todos os meses, foram registrados índices de expansão do seu faturamento real em comparação aos mesmos períodos de 2017 em níveis expressivos, indicando que o processo permanece em curso e com tendência de prosseguir nesse ritmo pelos próximos meses. Na análise da Entidade, até setembro, a taxa média mensal de expansão de vendas ficou acima de 5%, contribuição ainda mais significativa levando em consideração que foi registrada em comparação a um período em que essa média também havia sido expressiva: em 2017, o crescimento acumulado foi de 4,2%.
Os varejos nas regiões de Campinas e Osasco devem registrar os melhores desempenhos em 2018 na comparação com 2017. Segundo as projeções da FecomercioSP, o varejo da região campineira deve encerrar o ano com alta de 11% no faturamento, que deverá alcançará R$ 62,2 bilhões. Já no varejo na região de Osasco, as vendas devem registrar aumento de 7% em 2018 e faturamento real de R$ 57,3 bilhões.
Por outro lado, o varejo nas regiões de Presidente Prudente e ABCD provavelmente fecharão o ano com os piores resultados no Estado. O comércio varejista na região de Presidente Prudente deve apresentar leve alta de 2%, com faturamento real estimado de R$ 9,6 bilhões. Já o varejo na região do ABCD deve registrar aumento de 3% em 2018 e faturamento real de R$ 38 bilhões.
Todas as nove atividades analisadas pela FecomercioSP devem apresentar alta no faturamento em relação a 2017. Destaque para supermercados (33,2%) e outras atividades (21,2%), que devem atingir o faturamento real de R$ 226,592 bilhões e R$ 144,470 bilhões, respectivamente.
Segundo a Federação, em 2018, o varejo registrou crescimento generalizado em todos os seus segmentos, a exemplo do ocorrido em 2017, e, neste ano, o avanço continuou sendo ancorado nos bons desempenhos dos segmentos ligados ao comércio de bens duráveis, cujas taxas médias de expansão mensal foram, em média, 60% maiores do que aquelas registradas nas atividades de bens semiduráveis e não duráveis. O principal destaque fica por conta das lojas de eletrodomésticos, eletrônicos, cujo faturamento real deve crescer 11% em comparação a 2017.
Para a Entidade, isso indica que as famílias encontraram espaço para recompor o patrimônio doméstico, fortemente retraído na crise, quando o setor amargou saldos negativos de mais de 45% entre 2014 e 2017. Neste ano, o consumo de bens duráveis mostrou aumento de 7%, enquanto os setores ligados aos bens não duráveis cresceram a taxa de 4%.
Natal
O faturamento das vendas do comércio varejista no Estado de São Paulo em dezembro deve registrar R$ 70 bilhões, alta de 5% na comparação com o mesmo período de 2017. De acordo com a FecomercioSP, será o melhor mês de dezembro de toda a série, iniciada em 2008, superando as vendas registradas no Natal de 2013, até então as mais altas para o mês, que alcançaram R$ 69,4 bilhões.
Entre as regiões analisadas, estima-se que as regiões de Campinas e Osasco devem registrar os melhores desempenhos do varejo em dezembro, com altas de 11% e 8% respectivamente. As receitas somadas nessas regiões devem alcançar R$ 12,4 bilhões. Já as regiões de Presidente Prudente (1%) e de Marília (0%) devem apontar os piores resultados no período. Juntas, devem somar um faturamento real de R$ 2,4 bilhões.
Todas as nove atividades pesquisadas devem registrar crescimento na comparação com o mesmo mês de 2017, com destaque para: eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (11%); loja de móveis e decoração (9%); e outras atividades (8%).
Para a assessoria econômica da Entidade, houve melhoria dos principais indicadores ligados a renda, inflação e crédito e, principalmente, da maior injeção de recursos com o décimo terceiro salário em 2018, em comparação a 2017, que deve ser 2,2% maior, em termos reais, em função do discreto aumento de rendimentos neste ano. Além disso, a melhoria das expectativas das famílias com o novo governo tende a contribuir para um consumo maior neste fim de semestre.
Estimativa 2018
Para fornecer uma possível tendência de vendas do comércio em 2019, a FecomercioSP está tomando como premissa o mínimo de oscilações no mercado em função da nova política econômica. A Entidade estima que, em 2019, o faturamento do varejo no Estado de São Paulo deverá registrar alta de 4%, com crescimento na maioria das regiões do Estado. No próximo ano, a receita total de vendas deverá alcançar R$ 712,3 bilhões.
De acordo com a FecomercioSP, em 2019, ao menos no início do ano, o mercado interno ficará inteiramente voltado e atento aos rumos a serem adotados pelo novo governo no âmbito econômico. Há grande incerteza do acervo de medidas a serem praticadas pelas novas autoridades, mas certamente terão impacto direto sobre todas as atividades internas com intensidades e duração ainda imprevisíveis.
Para a Federação, a expectativa – com base nas declarações de intenções da nova equipe do governo até o momento – é de que, ao lado de um grande esforço para o ajuste e controle das contas públicas, em termos mais específicos e diretamente de interesse do varejo, haja um abrandamento na carga tributária para pessoas físicas, em especial com redução da tributação do imposto de renda na fonte. Caso isso ocorra, pode-se aguardar uma sensível melhoria imediata no poder de compra da população assalariada com resultados diretos sobre as vendas varejistas.
A maioria das 16 regiões analisadas pela Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), da FecomercioSP, deverá apresentar crescimento em 2019 na comparação com 2018. Entre os destaques estão os varejos nas regiões de Campinas (10%), Osasco, Ribeirão Preto e Araraquara, ambas com 6%. Por outro lado, os varejos das regiões de Presidente Prudente (0%) e Araçatuba (1%) apresentarão os menores desempenhos.
Comércio eletrônico
O faturamento real do comércio eletrônico paulista atingiu R$ 4,09 bilhões no terceiro trimestre do ano, queda de 6,6% em relação ao mesmo período de 2017. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico (PCCE) e mostram a participação do comércio eletrônico sobre o total das vendas do varejo paulista. No primeiro trimestre, a representatividade do comércio eletrônico era de 2,6%, passando para 2,5% no segundo e, finalmente, 2,4% no terceiro. O tíquete médio das transações oscilou, passando de R$ 390,53 no primeiro trimestre do ano; R$ 415,93 no segundo; e R$ 407,61 no terceiro.
Segundo a FecomercioSP, por se tratar de um nicho de mercado que conta com uma parcela significativa de bens duráveis e itens de alto valor agregado, o varejo online não seguiu a mesma tendência do varejo físico, ao menos ao longo de 2018.
De acordo com a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), no período compreendido entre janeiro e setembro, o faturamento real do varejo físico acumulou 5,2% de alta. Contudo, é importante ponderar que a desaceleração no faturamento do comércio eletrônico se deu diante de uma elevada base de comparação do terceiro trimestre de 2017, quando o faturamento real revelou um incremento de 19,2% em relação ao mesmo período de 2016.
Para a Federação, o quarto trimestre tende a crescer novamente com os resultados de novembro, mês da Black Friday, a melhor data para o varejo online, e a injeção do décimo terceiro na renda das famílias.
PCSS
Até setembro, o faturamento real do setor de serviços na cidade de São Paulo registrou alta de 15,5% no acumulado do ano. As informações são da Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS), apurada mensalmente pela FecomercioSP em parceria com a Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico de São Paulo.
A expectativa é de que o setor de serviços paulistano permaneça em recuperação em 2018 e avance em outubro, novembro e dezembro. Assim, deverá encerrar o ano com alta de 15%, com o faturamento real de R$ 343,8 bilhões, valor R$ 43,6 bilhões acima do registrado em 2017, quando o setor registrou aumento de 6,5%. De acordo com a Federação, caso se confirme essa projeção, este deverá ser o maior crescimento anual de vendas do setor desde 2010.
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