– O caminhão é como se fosse ônibus, deveria ter espaço garantido – afirmou.
O urbanista ressaltou, porém, que é preciso agilizar a criação de centros de logística para que as cargas sejam fracionadas antes de circular dentro da cidade. Segundo ele, a idéia é que estes centros funcionem no rodoanel, que interligará as principais rodovias que cruzam a cidade. Neles, as cargas seriam transferidas de caminhões grandes para caminhões pequenos, que conseguem transitar com mais agilidade.
– Em São Paulo circulam caminhões grandes, que não conseguem sequer fazer curvas em algumas ruas – lembrou.
De acordo com as novas regras da Prefeitura, os caminhões grandes só podem circular na cidade entre 21h e 5h. Os caminhões pequenos, de até 6,3 metros de comprimento, podem circular das 10h às 16h e obedecem um rodízio por placa final par e ímpar. Todos os caminhões, independentemente do tamanho, devem ainda seguir o rodízio nas marginais Tietê e Pinheiros e nas demais vias que circundam o centro expandido da cidade. Neste caso, o rodízio segue o dos automóveis: placas final 1 e 2 não circulam na segunda, 3 e 4 na terça, e assim sucessivamente ao longo da semana.
O arquiteto afirmou que a Prefeitura estuda medidas adicionais, como a criação de faixa exclusiva na Avenida dos Bandeirantes, caminho para os veículos que chegam pelas marginais e seguem para o Porto de Santos, na Baixada Santista.
Cândido Malta é defensor da cobrança do pedágio urbano, com o uso dos recursos destinados a aumentar as linhas do metrô.
– Seria uma linha por ano, não uma linha a cada oito anos, como é hoje. A situação é de quase desespero pelo tempo perdido no trânsito – afirmou, acrescentando que esse tempo já é uma espécie de “pedágio“ pago por quem atravessa a cidade.
O urbanista afirmou que o rodízio é uma solução de curto prazo e alivia o trânsito por pouco tempo, por causa da chegada de novos veículos às ruas. Por ano, a frota de veículos da cidade aumenta em pelo menos 200 mil unidades. Segundo ele, o congestionamento está 10 km abaixo do que há um ano atrás em função das novas alterações, mas em seis meses o benefício tende a desaparecer.
– Não é a medida definitiva – explicou.
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