Compartilhe
29 de Julho de 2014 – 11h37 horas / Estadão

O Tribunal de Contas do Município (TCM) suspendeu nova concorrência da gestão Fernando Haddad (PT), desta vez para a compra de 848 câmeras para monitorar o trânsito de São Paulo em 524 pontos. Em pouco mais de um ano e meio, o colegiado de cinco conselheiros já mandou paralisar, por suspeita de irregularidades, quase R$ 6 bilhões em licitações.

As disputas para a construção de 150 quilômetros de corredores de ônibus (de R$ 4,8 bilhões) e da nova inspeção veicular (R$ 420 milhões) também foram barradas pelo TCM. A suspensão da compra das câmeras, exigida pelo presidente da corte, Edson Simões, paralisa um dos projetos prioritários da Prefeitura para a área de transporte.

É essa central que vai controlar a operação dos semáforos inteligentes que já estão sendo instalados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Seria o "cérebro" dos semáforos, Simões avaliou que a licitação não especificava, entre outros pontos, a localização dos 524 pontos de monitoramento e como seria a operação em cada um, o que poderia prejudicar a disputa entre as empresas concorrentes na licitação.

Após receber requerimentos de empresas que participavam da disputa do contrato, e do vereador Adilson Amadeu (PTB), que apontavam possível direcionamento da licitação, Simões avaliou que o pregão eletrônico deveria ser paralisado. A CET tem agora 15 dias para responder aos questionamentos.

Recorrência. As irregularidades nas grandes concorrências da Prefeitura vêm sendo apontadas pelo tribunal desde o início deste ano.

Em maio, o TCM já havia suspendido, com base em um requerimento do próprio Amadeu, a licitação da nova inspeção veicular. A determinação foi feita pelo conselheiro João Antonio, ex-secretário de governo de Haddad. Antonio acatou uma representação de Amadeu que apontou irregularidades no certame, como falta de definição sobre como seriamos os centros de inspeção, o calendário para a realização dos testes e falta de exigência de experiência das empresas interessadas.

Antes, o TCM já havia suspendido o mais importante projeto da atual gestão: a construção de 150 km de corredor de ônibus, por "ausência de comprovação de recursos orçamentários suficientes para arcar com os custos das obras, falta de justificativa para a realização de concorrências individualizadas, projeto básico incompleto e falta de especificações técnicas", Outra licitação barrada pelo tribunal foi para a construção de um DataCenter do Bilhete Único.

O secretário de governo de Haddad, Chico Macena, diz que não vê excessos por parte do TCM. "Tudo está correndo dentro o do trâmite que eu acho que é normal", afirma. Mas também nega outra hipótese para tantas negativas, como por exemplo falha da Prefeitura em elaborar projetos menos contestáveis. "Não é que a Prefeitura não esteja conseguindo. Isso está tudo dentro dos trâmites normais", repetiu.


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.