Gerente da pesquisa destaca que a necessidade de transformação digital e o transporte de cargas beneficiado pelo boom do comércio eletrônico são exemplos que explicam o resultado
A continuidade do crescimento dos serviços de tecnologia da informação (TI) e do transporte de cargas, ao lado da influência das férias escolares — que ajudam hotéis, restaurantes e transporte aéreo —, ajudam a explicar o crescimento de 1,1% do volume de serviços em julho, frente a junho, apontou nesta terça-feira o gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), Rodrigo Lobo.
Ao comentar o resultado divulgado nesta terça-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ele destacou os ganhos trazidos pela pandemia para os negócios dos segmentos de tecnologia da informação e de transporte de cargas.
No caso do primeiro, lembrou, a necessidade de transformação digital aumentou a demanda para as empresas do segmento. Ao mesmo tempo, o transporte de cargas foi beneficiado pelo boom do comércio eletrônico e também pelo avanço da agricultura no período, seja para o transporte de insumos como adubos e fertilizantes seja para o escoamento da produção.
“Os grandes destaques dos serviços, para colocar no patamar que se encontram hoje, são tecnologia da informação e transporte de cargas. Houve necessidade de transformação digital, da maneira como empresas e famílias tiveram que lidar com a realidade. E isso gerou oportunidades de negócios para as empresas do setor, a despeito da oscilação recente em 2022. E ao mesmo tempo há a influência do transporte de cargas. Tivemos o avanço do comércio eletrônico e também o agronegócio”, afirmou Lobo.
No caso de julho, houve influência ainda das férias escolares, que reforçaram uma retomada dos serviços presenciais que já vinha sendo observada pelo avanço da vacinação e da flexibilização. “As férias acabaram reforçando esse movimento de volta dos serviços de caráter presencial. Há mais demanda por hotéis, restaurantes, e houve aumento também de transporte aéreo”, explicou.
Tanto os serviços de tecnologia da informação quanto os de transporte de cargas se encontram, em julho, no maior patamar da série histórica desses indicadores.
Pressão inflacionária
A pressão inflacionária tem limitado o crescimento dos serviços no país, embora não impeça seu crescimento, avaliou Lobo.
O crescimento de 1,1% do setor de serviços em julho, frente a junho, foi a terceira alta seguida na série que compara com o mês imediatamente anterior. Entre maio e julho, o ganho acumulado é de 2,4%.
“Apesar do arrefecimento nos últimos dois meses, por causa da redução do ICMS para combustíveis, energia e comunicação, é claro que a inflação afeta o volume de serviços. Ainda há uma pressão inflacionária importante em 12 meses, que traz reflexo sobre o consumo de serviços, limitando e freando o setor. Mas isso não é impeditivo para que os serviços, limitando e freando o setor. Mas isso não é impeditivo para que os serviços cresçam”, diz o técnico do IBGE.
Como Lobo vem explicando, a inflação traz impactos diretos e indiretos sobre os serviços. De forma direta, o índice usa deflatores para calcular o movimento de serviços. Além disso, há influência indireta nos serviços prestados às famílias, já que o aumento de outros custos por causa da inflação acaba restringindo esse consumo de serviços.
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