SETCESP promove 8ª Conferência de Tarifas de Frete e discute os impactos da pandemia
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O evento que costuma reverberar os assuntos debatidos no CONET, abordou também as mudanças geradas com a crise do novo coronavírus

Aconteceu na manhã desta quarta-feira (16), a 8ª Conferência de Tarifas de Frete, promovida pelo SETCESP. Desta vez, o evento que já é tradicional na entidade, foi realizado num modelo novo, gravado em um estúdio direto de sua sede, em São Paulo, e transmitido por meio de sua plataforma digital para todo o País.

“Nosso objetivo aqui é repercutir o que foi discutido no CONET (Conferência Nacional dos Estudos em Transporte, Tarifas e Mercado), para que os empresários da nossa base possam se posicionar da melhor forma no mercado, avaliando inclusive, os efeitos desta pandemia”, explicou Tayguara Helou, presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP.

Conduzindo a apresentação, Ana Carolina Jarrouge, presidente executiva da entidade, destacou a importância do tema “nem a pandemia impediu de realizarmos essa Conferência, então estamos aqui no modo online”, ressaltando a novidade do formato do evento.

Marcando presença, mas a distância, Carlos Panzan, presidente da FETCESP (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado), participou via videoconferência e relatou que o setor já estava passando por dificuldades antes da pandemia, mas que foram acentuadas com a chegada da doença no País. “Estamos sendo pressionados pelos embarcadores para conceder mais prazo de pagamento e redução do frete. Só que hoje, os custos que o transportador têm acabam minando, cada vez mais seu lucro”, disse.

E para falar de custos de frete, o engenheiro Lauro Valdívia, coordenador do DECOPE/NTC&Logística – Departamento de Custos Operacionais da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística, foi convidado a apresentar alguns números de uma pesquisa desenvolvida no setor, que monitorou o comportamento de mais de 7 mil empresas ao longo de 20 semanas.

A demanda de carga e os impactos da pandemia

De acordo com o estudo organizado por Valdívia, entre os meses de março a julho, a demanda de carga chegou em média a 38,5%, e o pico foi registrado na última quinzena de abril chegando a um patamar de 45%, contudo em julho já representou uma recuperação se aproximando da marca de 22%.

Já sobre os segmentos menos afetados pela pandemia, como já se imaginava, ficaram os de alimentação e saúde, porém aqueles ligados ao consumo ficaram na outra ponta, sendo os mais impactados pela crise.

Valdívia também discorreu sobre os componentes tarifários que devem compor o preço do serviço: frete peso, frete valor, Gris (Gerenciamento de Risco) e generalidades (como a reentrega, estadia, cubagem, devolução, escolta, entre outros fatores). O especialista também destacou a redução que houve no preço de alguns insumos, como o diesel, que possibilitou uma diminuição da defasagem, além da desoneração da Folha de Pagamento, outro fato que ajudou o setor.

Desoneração da Folha e a Reforma Tributária

Para detalhar os aspectos da desoneração da folha de pagamento, que atualmente beneficia 17 setores da economia, entre eles o de transporte, Adauto Bentivegna Filho, assessor jurídico do SETCESP, apresentou como a medida beneficiou a manutenção dos empregos durante a pandemia, e como ela se configura na atual proposta de Reforma Tributária do Governo, o PL – Projeto de Lei 3887/20.

Junto com o PL, outras duas Propostas de Emenda Constitucional, a PEC 45 e a PEC 110 tramitam no Congresso Nacional. Durante sua abordagem, Bentivegna esclareceu que as três medidas tratam de “simplificar o sistema de arrecadação e não diminuir a carga tributária”.

Encerrando os debates, Helou voltou com a palavra, lembrando que a articulação política das entidades permanece na tentativa de manter a desoneração da folha de pagamento, e de como é importante, que o transportador repasse corretamente o custo do frete ao cliente: “cobrar é uma questão de justiça. Somente com o lucro conseguimos manter a qualidade em nossos serviços, investir em tecnologia e em capital humano”.


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