Ontem, a equipe do Diário percorreu novamente 96,7 quilômetros de vias no SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), trajeto que já havia sido feito na segunda-feira. Foi constatado que, de 18 telefones testados, sete estavam sem comunicação. Na checagem anterior, eram 12 os aparelhos problemáticos, a maioria no trecho de serra da Anchieta e Imigrantes. Na ocasião, a Ecovias prometeu que todos os call box testados seriam consertados até quarta-feira, o que não foi cumprido.
A diferença é que, agora, a empresa colocou avisos sobre a inoperância dos terminais, e sugere ao usuário que peça resgate pelo telefone 0800-19-78-78. Antes de a primeira reportagem ser publicada, também não havia informações disponíveis aos motoristas sobre os equipamentos em manutenção ao longo de 32 quilômetros, do km 32 ao km 65 – já no trecho de Baixada.
Outro aparelho que não foi consertado é o localizado no km 272 da pista Oeste da Cônego Domênico Rangoni. O telefone está danificado por ação de vandalismo e fica mudo ao ser acionado.
Já na pista Norte da Rodovia dos Imigrantes, nove dos dez call box testados pela equipe de reportagem na segunda-feira foram consertados. O único problema encontrado foi no km 26, em telefone que estava em funcionamento na primeira verificação. O aparelho do km 58 que estava quebrado foi substituído.
A Artesp (Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo) informa que o contrato de concessão do SAI prevê multa à Ecovias caso o nível de funcionamento dos call box seja inferior a 90% – existem 298 ao todo. A agência diz ter constatado, na última inspeção realizada, que 95% estavam em operação.
O órgão regulador informa ainda que os call box são responsáveis por 10% dos atendimentos prestados nas rodovias do sistema, mas que isso não tira da Ecovias a responsabilidade por manter os equipamentos em bom estado.
A Ecovias informou que os telefones de emergência entre o km 32 e km 65 foram instalados recentemente e se encontram em operação assistida. Por estarem mais sujeitos à instabilidade no início da operação, estão sendo acompanhados, em campo, por técnicos da concessionária várias vezes por dia.
Para o professor da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Creso Peixoto, especialista em Transportes, a concessionária deve manter a qualidade de outros serviços de apoio para suprir a inoperância de parte dos call box. “A empresa tem obrigação de manter a circulação de carros de apoio em subtrechos das rodovias em período inferior a meia hora. Essas equipes irão verificar a presença de carros parados no acostamento, o que agiliza o atendimento em caso de emergência“, explica o engenheiro.
Outro método sugerido pelo professor para diagnosticar anomalias nas rodovias é o uso de câmeras de monitoramento, que transmitem imagens diretamente ao centro de controle operacional. Segundo a Ecovias, 144 equipamentos estão espalhados ao longo de todo o SAI.
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