Será verdade?
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Você já ouviu falar em “pós-verdade”?

O termo “pós-verdade” foi usado pela primeira vez em 1992 pelo dramaturgo sérvio-americano Steve Tesich. A questão se relaciona com afirmação de Nietzsche, de que “não há fatos, apenas versões”.

Mattew D’Ancona, jornalista político britânico, por meio de seu livro “Pós-verdade: a nova guerra contra os fatos em tempos de fake news” esclarece que a pós-verdade não é uma simples mentira, mas sim uma escolha individual dentre várias informações daquela que mais cabe ao gosto e interesse do indivíduo, segundo seu universo.

A era da pós-verdade é na realidade a era do engano e da mentira, mas a novidade associada a esse neologismo consiste na popularização das crenças falsas e manipuladoras e na facilidade de fazer com que os boatos prosperem.

Um item de informação não confiável que é repetido tantas vezes que se torna aceito como fato.

Hoje em dia tudo é verificável e, portanto, não é fácil mentir. Mas essa dificuldade pode ser superada com dois elementos básicos: a insistência na mentira, apesar dos desmentidos confiáveis; e a desqualificação de quem a contradiz.

Com tudo isso, se chegou à paradoxal situação de que as pessoas já não acreditam em nada e ao mesmo tempo são capazes de acreditar em qualquer coisa.

E as consequências da “Era da Pós-Verdade” se estendem em diversos campos, como a política (ao fazer a população apoiar ou rejeitar fatos e pessoas); saúde (ao usar pesquisas falsificadas para gerar temor quanto a medicamentos e procedimentos clínicos); educação (ao pressionar professores a darem ensinamentos baseados em ideologias ao invés de fatos cientificamente comprovados) e meio-ambiente (ao deslegitimar o impacto da ação humana no ambiente).

As empresas não estão livres dos efeitos da pós-verdade. Muitos produtos sofreram forte rejeição dos consumidores com base em falsas pesquisas feitas em nome de uma falsa ciência.

Depois de uma campanha mentirosa, produtos tiveram que ser tirados de linha por seus fabricantes, até mesmo por ordem judicial.

Assim, em tempos de pós-verdade peço que você, ao ler, ver ou ouvir uma notícia – venha de onde vier – tenha o cuidado de se perguntar: SERÁ VERDADE?

Pense nisso. Sucesso!


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