Ainda que o Brasil tenha se comprometido em diminuir pela metade o número de acidentes de trânsito até 2020, o tema preocupa porque essa ainda é uma das principais causas de mortes no país. Somente nas rodovias federais policiadas, no período entre 2007 e 2017, foram registrados 1.652.403 acidentes e 83.481 mortes. O estudo “Acidentes Rodoviários e a Infraestrutura”, divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) no dia 4 de junho, relaciona dados da Pesquisa CNT de Rodovias 2017 e dos acidentes com vítimas registrados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e mostra que essas ocorrências geralmente seguem um padrão.
Segundo o trabalho, as colisões correspondem a 57,3% dos acidentes com vítimas ocorridos em rodovias federais no período de 2007 a 2017. Saída de pista aparece em segundo lugar, com um percentual de 14,5%. O número de capotamentos/tombamentos subiu de 7.070, em 2007, para 7.430, em 2017, ficando em terceiro lugar, com 11,8% das ocorrências. Vale destacar, ainda, um alto índice de atropelamentos, que representa 8,4% dos acidentes ocorridos no período.
Além disso, os acidentes envolvendo automóveis e motocicletas foram responsáveis por 65,1% das mortes ocorridas nas rodovias federais brasileiras, um total de 54.350 vidas perdidas no período de 2007 a 2017. As mortes de ocupantes de caminhão correspondem a 10,3% (8.635) no período avaliado e de ônibus, 2,9% (2.442).
Outro dado do estudo que mostra o perfil dos acidentes é que as ocorrências ocorrem, geralmente, em pistas simples. Entre 2007 e 2017, 58,1% do total de acidentes ocorreram nessas vias. Além disso, grande parte deles ocorre em pistas retas (71,5%).
“O alto percentual de acidentes é justificado devido à predominância de retas no traçado geométrico rodoviário. Porém, deve-se destacar o índice de acidentes em curvas, 22,3% do total, visto que a extensão dos trechos em curvas é significativamente menor que a extensão de retas. Investimentos em sinalização e dispositivos auxiliares podem contribuir para a redução desses acidentes”, pondera o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista.
O trabalho também revela que os acidentes com vítimas são mais frequentes às sextas, aos sábados e aos domingos. Em média, 50% das ocorrências nas rodovias federais foram registradas nesses três dias, no período analisado. Ainda segundo a Confederação, a maior parte dos acidentes se dá em pleno dia (55,3%). Na plena noite, a frequência de acidentes representa 33,9% do total. Já na fase do anoitecer, o percentual é de 5,8% e, no amanhecer, de 5%. Vale ressaltar que, embora a maior parte dos acidentes ocorra em pleno dia, as mortes acontecem, principalmente, em plena noite (em média, 46,7%), seguido do período de pleno dia com 39,5%, considerando o período de 2007 a 2017.
voltar