Depois disso, o número de camionetes e utilitários, como peruas e vans, cresceu 29%, consolidando-se como uma das principais opções para o transporte de cargas na cidade. No período, essa frota subiu de 572 mil para 739 mil. As restrições aos caminhões são apontadas por representantes das transportadoras como a razão para a migração de suas frotas para os utilitários.
“Era previsível. O setor, para seguir abastecendo o centro, teve de largar os VUCs (veículos urbanos de carga) e investir em vans. Foi um erro aumentar as restrições para os VUCs, caminhões menores e próprios para esse tipo de serviço“, diz Adauto Bentivegna Filho, diretor executivo do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (Setcesp). Os VUCs – de até 6,3 metros de comprimento – só podem circular pela Zona Máxima de Restrição a Caminhões (ZMRC), menor que a área do rodízio, entre 10h e 16h nos dias úteis.
Mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), o engenheiro Sergio Ejzenberg analisa a questão sob outra ótica. “Cada caminhão equivale a duas ou três vans, ou seja, o impacto da substituição no trânsito é pequeno.“ Ele ainda diz que para estacionar um caminhão é preciso ao menos duas vagas, o que é quase impossível durante o dia nas vias da cidade.
Segundo Bentivegna Filho, entre 2008 e 2011, o uso de utilitários pelas empresas de carga aumentou 22% na capital. Já o de caminhões caiu 5%. A aquisição dos veículos e de mão de obra adicional – são necessários mais motoristas para dirigir as vans – levou a um crescimento do frete em torno de 18% no primeiro ano da restrição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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