Há uma semana, estimativa era de recuo de 6,10%; projeção do governo é retração de 4,7% na atividade econômica este ano
Os economistas do mercado financeiro ajustaram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e agora esperam queda de 5,95% na atividade econômica deste ano. Na semana passada, a projeção era de retração 6,10% e há um mês, de baixa de 6,50%.
Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão de alta de 3,50%.
As projeções fazem parte do boletim de mercado conhecido como relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 20, pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
No último dia 15, a Ministério da Economia informou que manteve a projeção de queda do PIB em 4,7% este ano, “diante da melhoria dos indicadores, refletindo um efeito positivo das políticas adotadas até então”.
O Banco Mundial prevê recuo de 5% no PIB brasileiro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima um tombo de 9,1% em 2020.
Em junho, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) recuou 9,73% em abril ante março, na série com ajustes sazonais. Foi o maior recuo da história em um único mês.
O PIB do primeiro trimestre do ano, que não foi totalmente afetado pelas medidas de isolamento social para conter o avanço do coronavírus, recuou 1,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Inflação e juros não têm alteração
Os analistas mantiveram a previsão para o IPCA, o índice oficial de preços, em alta de 1,72% no fim deste ano. A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.
A estimativa está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
O IPCA de junho teve alta de 0,26%, segundo o IBGE. No acumulado do primeiro semestre do ano, a alta é de 0,10%.
Também foram mantidas as projeções de 2% ao ano para a Selic no fim de 2020 e de 3% ao ano em 2021.
Em junho, ao cortar a Selic de 3,00% para 2,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou que, para as próximas reuniões, “vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda, e antevê que um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual”.
voltar