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16 de Outubro de 2014 – 09h32 horas / Folhapress

A queda forte do preço do petróleo zerou a defasagem entre os preços da gasolina e do diesel praticados no Brasil e no exterior. A notícia é um alívio para a situação financeira da Petrobras e o governo já cogita não reajustar os combustíveis este ano.

"Não faz o menor sentido, num cenário como o atual, aumentar não só a gasolina como o diesel", disse um assessor do governo à reportagem. Ele pondera, no entanto, que a decisão final será tomada após as eleições pela presidente Dilma.

O barril de petróleo tipo Brent caiu 4,3% ontem para US$ 85,04 em Londres, o menor patamar em quatro anos. Desde o fim de 2013, a queda já chega a 23,5%, derrubando também as cotações dos produtos derivados.

A defasagem entre os preços dos combustíveis no Brasil e no golfo do México, que chegou a 20% em fevereiro, desapareceu. Cálculo do Itaú BBA aponta que a gasolina está hoje 5% mais cara que no exterior e o diesel 1%.

Esses porcentuais não levam em consideração o frete, que onera o combustível importado em cerca de 10%. Se incluído esse custo, a defasagem na gasolina ainda estaria próxima de 7%.

sem reajustes

"No cenário atual, não há razão para reajuste dos combustíveis", disse Paula Kowarsky, analista do Itaú BBA. "Um reajuste seria malvisto, porque vai elevar a inflação à toa", disse Fábio Silveira,economista da GO Associados.

Segundo assessores da presidente Dilma, a queda do preço do petróleo é uma notícia positiva para o governo diante do risco de a inflação estourar o teto da meta.

A Petrobras vinha sofrendo muito com essa diferença de preços local e externo, porque o governo optou por segurar repasses para não pressionar a inflação.

Até agora, a estatal era obrigada a importar combustível caro e vender com prejuízo. Segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a Petrobras perdeu R$ 2,7 bilhões com essas operações desde novembro de 2013, quando ocorreu o último reajuste da gasolina.

Segundo analistas, a forte queda do preço do petróleo é consequência da maior produção do produto nos Estados Unidos e da menor expansão da demanda global desde 2009.

A Opep, que reúne os países produtores de petróleo, resiste em cortar a produção, apesar dos pedidos da Venezuela. A Arábia Saudita e outros países creem que a queda dos preços é passageira. Além disso, os investidores estão se antecipando ao aumento de juros nos EUA e saindo das commodities.


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