
O conceito de “Via Negativa” (do latim, “caminho negativo”) no livro “Antifrágil” de Nassim Taleb é uma abordagem filosófica e prática que enfatiza o que deve ser removido ou evitado em vez de focar no que deve ser adicionado ou otimizado.
Buscar a “via negativa” vem sendo a mais atual e discutida prática de gestão dos últimos tempos em todo o mundo.
Na prática significa que devemos analisar tudo o que podemos cortar, diminuir, simplificar em nossas organizações. Devemos passar um pente fino em todos os processos para ver o que existe e é desnecessário, custoso e muitas vezes sem sentido ou até prejudicial para os objetivos que queremos atingir.
Esse conceito voltou com toda força à pauta das discussões empresariais a partir das ações que veem sendo tomadas por governantes como Milei na Argentina (com sua famosa motosserra) e Trump nos Estados Unidos, que até criou um departa mento (DOGE) de eficiência governamental para analisar todos os setores do governo americano e verificar o que pode ser cortado, diminuído, simplificado, economizado. E a importância dessas ações são consideradas de tal relevância que o presidente colocou como chefe do DOGE ninguém menos que o homem mais rico do mundo, Elon Musk e sua equipe de jovens executivos que estão descobrindo, cortando e fechando agências e departamentos do governo americano.
Agora o movimento da “via negativa” chega com toda a força nas empresas e organizações.
Em todo o mundo e especialmente no Brasil, as empresas começam a entender que o tempo das vacas gordas, da abundância, da energia barata, da opulência e dos ganhos fáceis definitivamente acabou.
Em nossas consultorias e palestras para as áreas de gestão, temos alertado que para sobreviver e vencer os desafios atuais é preciso buscar a “via negativa” na inovação, nos processos e procedimentos, no relacionamento com clientes, fornecedores, colaboradores e com a comunidade. Temos que simplificar para buscar a eficácia total e eliminar desperdícios e burocracias que impedem a velocidade e a agilidade.
O conselho, portanto, é que os gestores de todas as áreas da organização analisem, cuidadosa e detalhadamente, tudo o que absolutamente NECESSÁRIO e descartem tudo o que seja considerado desnecessário ou “apenas bom” que continue a existir.
Cuidado! Lembre-se que é sempre mais fácil adicionar, aumentar, criar, do que cortar, diminuir, eliminar, descartar. E sempre haverá uma forte pressão para não cortar, não diminuir, não eliminar. Esse é um grande risco que todo gestor deve enfrentar com firmeza, visando sempre, a perpetuação, o futuro e o sucesso da sua organização.
É tempo de acelerar na “via negativa”
Pense nisso. Sucesso!
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