
Confira alternativas para preservar seu negócio em tempos de instabilidades econômicas e guerras tarifárias
Com a escalada de tarifas dos EUA, respostas duras da China e um mercado cada vez mais desconfiado, a economia global vive um momento de atenção redobrada. No ambiente de negócios, decisões estratégicas passam a ser tomadas com ainda mais critério.
Para pesquisadores de Harvard, é preciso estratégia. Segundo estudo publicado pela Harvard Business Review, há seis caminhos que as companhias podem adotar para reduzir danos financeiros e operacionais causados por tarifas e sanções. Veja a seguir.
6 estratégias para tempos de crise:
- Transparência como escudo
Diante da instabilidade comercial, o primeiro passo é manter a comunicação clara com todos os clientes, fornecedores e investidores.
Empresas relataram que reuniões públicas com funcionários e fornecedores ajudam a conter o pânico e a alinhar expectativas. Nesse contexto, líderes financeiros têm papel essencial: traduzem os riscos econômicos de forma compreensível, gerando confiança em um momento em que dados mudam diariamente.
- O retorno das “salas de guerra”
A estrutura de crise que tantas empresas montaram durante a pandemia volta a ser útil agora.
A volta das “war rooms” — centros de comando reunindo especialistas em finanças, marketing, engenharia e supply chain — permite entender com profundidade o impacto das tarifas em cada componente do custo de produtos e insumos.
Com apoio da área financeira, essas análises tornam-se mais assertivas, garantindo que os recursos sejam alocados onde há mais risco ou oportunidade.
Um fabricante de alimentos, por exemplo, aumentou preventivamente pedidos de insumos de mercados menos sensíveis a tarifas, uma jogada financeira que protegeu a operação.
- Reformular produtos com lógica tributária
Empresas também estão reavaliando a composição dos produtos à luz do impacto tarifário.
Um caso emblemático é de uma fabricante que alterou a proporção de aço e alumínio num produto para que este fosse recategorizado e, assim, passasse a pagar tarifas menores.
A complexidade dessas decisões exige leitura atenta dos códigos tributários e conhecimento técnico de custos.
- Mover a montagem para locais estratégicos
A mudança na localização das operações também virou solução. Fabricantes relataram que têm importado produtos semiprontos para finalizá-los em armazéns locais, evitando tarifas maiores.
- Usar a criatividade no empacotamento
A forma como produtos são agrupados e vendidos também pode alterar sua classificação tarifária.
Um fornecedor do varejo, por exemplo, transformou um item simples em um “presente” ao incluir um cartão comemorativo. A manobra o enquadrou na categoria de papelaria, com tarifas menores.
- Capitalizar em ações passadas
Empresas que já vinham reduzindo a dependência de fornecedores chineses ou investindo em produção local saíram na frente. Uma delas havia iniciado essa transição ainda na pandemia, inclusive cedendo espaço e co-investindo na expansão de um fornecedor nacional.
Quando os aumentos tarifários chegaram, a empresa não só estava preparada, como conseguiu expandir sua produção — ganhando mercado de concorrentes pegos de surpresa.
Essa estratégia de antecipação, que envolve visão de longo prazo e alocação inteligente de capital, só é possível com a atuação estratégica das equipes de finanças corporativas.
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