Segundo pesquisa do Ibope, 43% das pessoas querem rodízio de dois dias na cidade
Uma pesquisa sobre mobilidade urbana divulgada nesta quinta-feira (18) mostrou que o paulistano está usando mais o carro no último ano. Ao mesmo tempo, a maior parte da população está disposta a trocar o automóvel pelo transporte coletivo, desde que haja melhorias na prestação do serviço.
Em 2013, eram 52% o número de paulistanos com carro. Em 2014, esse número passou para 62%. O crescimento foi observado em todas as faixas de renda, escolaridade e região da cidade. Destes, 38% utilizam os veículos todos os dias, índice 11% maior do que o do ano passado.
Ao mesmo tempo, 88% dos paulistanos disseram ser favoráveis às ciclovias e 90% aprovam as faixas exclusivas para ônibus.
A pesquisa foi realizada pelo Ibope a pedido da Rede Nossa São Paulo e acontece pelo oitavo ano consecutivo.
De acordo com o levantamento, 71% dos paulistanos deixariam o carro em casa se houvesse “uma boa alternativa de transporte público”. O índice corresponde a cerca de 2,3 milhões de paulistanos. Entre os principais problemas citados estão lotação, tempo de espera e poucas linhas de ônibus.
O prefeito Fernando Haddad, que participou do lançamento da pesquisa, enfatizou que a população entende que o transporte público e o individual não motorizado precisam de atenção da gestão municipal.
— Eu não tenho nada contra o carro. Eu tenho a favor do pedestre, dos ônibus, dos transportes públicos. E só uma questão de equilibrar o jogo a favor de outros modais que são sustentáveis.
Trânsito
Os paulistanos também estão mais favoráveis à ampliação do rodízio de veículos. Subiu de 36% para 43% os que gostariam que a restrição aos carros fosse ampliada para dois dias. Não é para menos. Afinal, 70% das pessoas consideram o trânsito da cidade ruim ou péssimo.
O tempo médio gasto com deslocamento na cidade todos os dias chega a duas horas e 46 minutos.
Uma parcela significativa da população (41%) defende o passe livre no transporte público para todos os usuários.
Respeito
Os entrevistados também avaliaram que caiu o respeito às faixas de pedestre no último ano. Entre os usuários de carro, no entanto, 90% defendem multa para quem invade as faixas. Quanto aos ciclistas e motociclistas, 80% acreditam que eles são muito desrespeitados no trânsito.
Qualidade de vida
A capital paulista foi avaliada como um lugar bom ou ótimo para se morar para 66% dos entrevistados. A saúde continua sendo a maior preocupação dos paulistanos. Mas o destaque está para o abastecimento de água. Em 2013, este item era o 18º colocado no ranking de problemas da cidade. Hoje, ele é o 6º maior motivo de preocupação.
A pesquisa ouviu 700 pessoas entre os dias 29 de agosto e 3 de setembro. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.
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