Participação para o fortalecimento da representatividade de classe
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Por Ana Carolina Jarrouge

A Entidade de Classe existe para defender os interesses das empresas que integram uma determinada base territorial, composta por municípios, uma vez que, atualmente estamos sob a égide do chamado instituto da unicidade sindical, que impede o fracionamento dos sindicatos. Aliás que também proíbe o estabelecimento de mais de um sindicato representativo de uma categoria na mesma base territorial, a qual não pode ser inferior a um município.

Para alguns são considerados bons e para outros ruins. Ainda assim convivemos com este instituto há décadas, infelizmente presenciando abusos de poder que transcendem os interesses dos representados, e fazendo com que muitos sindicatos somente fossem abertos por interesses econômicos próprios.

Tal fato culminou na péssima imagem do sindicalismo no Brasil recentemente, levando ao fim do imposto sindical obrigatório.

Entretanto, optando ou não o empresário em se associar voluntariamente e passar a contribuir, a entidade sindical patronal de sua base territorial detém a representação dos seus interesses, e isso em nada mudou.

E o que isso significa na prática?

Significa que a entidade sindical irá representar seus interesses, e dos mais variados, já que isso inclui, desde as negociações salariais e todas as cláusulas possíveis que podem ser objeto de uma convenção coletiva do trabalho, até discussões em projetos de lei que atinjam o setor em que uma empresa atua, além de pesquisas e grupos de trabalho em prol do segmento junto à órgãos governamentais, etc.

Ou seja, implica em questões que afetam o dia a dia da empresa, e são elas de cunho econômico (negociação do índice de reajuste salarial, benefícios, taxas, impostos, restrições de trânsito, por exemplo), social (cota de jovens aprendizes, PCD, etc.) e ambiental (novas licenças, custos, simplificação, entre outros).

Assim, empresário, sua decisão de estar totalmente fora da sua entidade de classe não nos parece uma decisão muito sábia, uma vez que, você perde a oportunidade de ser ouvido, de compartilhar ideias, experiências, angústias e problemas que podem estar afetando sua atividade de maneira peculiar, mas que sem a força e a representatividade de uma entidade, você não consegue resolver a contento junto aos órgãos competentes.

A Entidade Sindical Patronal se presta justamente para isso, para defender o interesse dos empresários, perante todos os órgãos púbicos ou privados. É a entidade que participa ativamente junto ao governo municipal e/ou estadual para tratar de todas as mudanças e projetos de lei que tramitam a respeito do segmento que a mesma representa. Um trabalho árduo, contínuo, que exige muita paciência e resiliência. É a sua entidade patronal que garante que mais problemas não cheguem ou afetem sua empresa, pois muitos deles são resolvidos quando ainda são projetos de lei, sendo este um papel fundamental.

Portanto, devido a tamanha importância de suas finalidades, é preciso ter o engajamento dos empresários, por meio da participação ativa na entidade de classe. Digo ativa, porque não basta a participação pura e simplesmente econômica com o pagamento das contribuições associativas. Não é isso que buscamos. Isso é pouco, podem acreditar. Toda entidade séria, com propósitos claros e com gestão transparente, quer a presença do empresário no dia a dia, nas reuniões, nos eventos, nas Diretorias de Especialidades (separadas por segmentos de atuação do transporte), e nas mais diversas oportunidades que criamos para atrair a participação dos empresários e executivos do TRC, com intuito de nos trazer subsídios de trabalho, dando força, coragem e corpo na luta de nossas bandeiras.

E quando falamos em engajamento nos referimos também a disponibilização de dados, tão importantes para que a entidade consiga fazer propostas e participar de discussões contendo subsídios que sustentem suas alegações. Dados estes que, somente conseguimos por meio do envio de pesquisas, porém que muitas vezes não são respondidas.

E aqui fazemos um apelo, justamente neste sentido, da importância do empresário em colaborar e compartilhar informações e dados de sua empresa, os quais muito nos ajudam perante nossas demandas junto ao governo. Sua participação neste sentido é valiosíssima!

Cada empresa é única, tem suas peculiaridades, seus problemas, suas soluções e seu jeito de resolvê-los. Entretanto, quando você começa a participar ativamente da entidade de classe que o representa, um mundo de possibilidades se abre e dentro dela você poderá compartilhar conhecimento e experiências, fazer negócios, aprender, ouvir e ser ouvido, tirar dúvidas e praticar o que há de mais valioso para o mundo dos negócios: o associativismo empresarial, ou seja, a organização de empresas, com o objetivo de satisfazer suas necessidades e alcançar objetivos comuns, via cooperação.

Por isso, que digo que a opção de estar de fora não é sábia, porque te impede de ser ouvido, te impossibilita de ter outras visões, te dificulta em ser ajudado e de ajudar, enfim, te atrapalha em exercer uma das mais nobres virtudes humanas: a empatia.

Para concluir, insisto em dizer que é preciso perseguir uma visão de associativismo empresarial moderno, na busca de melhores resultados a nível econômico e financeiro, para beneficiar o crescimento em escala, ajudar a reduzir os riscos inerentes à atividade, adquirir mecanismos de cooperação e proporcionar novas visões de negócio. Ou seja, formar um ambiente colaborativo onde todos ganham, através da força e representatividade da entidade.

 

 


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