O Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai revogou nesta segunda-feira uma resolução assinada há um ano que permitia a entrada no país de caminhões bitrem do Brasil, mas que já estava suspensa após protestos organizados por caminhoneiros locais.
A revogação da resolução, confirmada por fontes do governo, ocorreu pouco antes do fim do prazo de um ano da suspensão que Horacio Cartes, ex-presidente do país, acertou com as transportadoras, que organizaram protestos contra a circulação no país desse tipo de caminhão (com dois semirreboques), especialmente os vindos do Brasil.
A decisão anterior só autorizava a circulação de caminhões brasileiros que transportavam soja pelo corredor graneleiro entre a cidade de Pedro Juan Cabello, que faz fronteira com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e o porto de Concepción, a cerca de 215 quilômetros.
Apesar da restrição, os caminhoneiros paraguaios alegam que a entrada dos bitrens brasileiros com soja representaria o início de um movimento de maior escala desse tipo de veículo no país, deixando as transportadoras locais sem poder de competir no mercado.
Em nota publicada pelo governo, o presidente da Federação de Caminhoneiros do Paraguai, Ángel Zaracho, disse que o governo cumpriu a promessa de proibir a circulação de bitrens.
“(O governo) deixou sem efeito a resolução que permitia esse tipo de veículos de grande porte em nosso território, gerando assim uma concorrência desleal para os caminhoneiros locais”, afirmou.
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