O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse nesta última terça-feira, 11, que a companhia já fez esforços no sentido de reduzir o preço dos combustíveis aos consumidores. Em audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, ele afirmou que o que era possível de se fazer “já foi feito”.
Castello Branco disse que a Petrobras reduziu a frequência de reajustes aos combustíveis, que chegou a ser diária na gestão do ex-presidente da Petrobras Pedro Parente.
Ele destacou, no entanto, que a gasolina e o diesel são commodities internacionais e que isso está “infelizmente fora do nosso controle”.
“Nosso esforço é no sentido de manter paridade com os preços globais”, disse Castello Branco, ressaltando que, no passado, a Petrobras chegou a praticar preços acima e abaixo da cotação internacional.
Ativos
Na avaliação de Castello Branco, a Petrobras não está desmontando as operações e os planos de vender ativos compõem uma estratégia de gestão de portfólio. “Não há desmonte, há gestão de portfólio. Pretendemos investir US$ 105 bilhões nos próximos anos”, disse.
Aos deputados, o presidente da estatal explicou que dos US$ 105 bilhões previstos em investimentos nos próximos anos, cerca de US$ 90 bilhões serão destinados exclusivamente à área de petróleo e gás.
O executivo deu como exemplo o plano do governo de vender alguns ativos do segmento de refino. Castello Branco lembrou que cerca de 98% da capacidade de refino do Brasil atualmente está nas mãos da Petrobras, mas a distribuição dos segmentos pode ser melhorada. “Temos 98% do refino, mas só uma unidade produz combustível de aviação”, disse.
Caminhoneiros
Aos deputados, o presidente da Petrobras também comentou rapidamente a situação dos caminhoneiros. Castello Branco lembrou que os motoristas autônomos normalmente têm veículos antigos, que gastam mais combustível e com manutenção. Para esses motoristas, a estatal criou o cartão-caminhoneiro “para facilitar” a vida desse caminhoneiro, disse.
Ele reconheceu, porém, que a adoção uma tabela de frete parece ter piorado ainda mais a situação de super oferta de transporte rodoviário. “O tabelamento de frete aparentemente agravou situação com frotas próprias pelo agronegócio”, disse, ao lembrar que a frota de caminhões entre 2008 e 2017 aumentou 47%, enquanto a economia cresceu apenas 10% no período.
Águas profundas
O presidente da Petrobras reafirmou também a estratégia da estatal de reforçar a presença na exploração de petróleo e reduzir os ativos em outros segmentos. Em audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara, o presidente da petroleira argumentou que a empresa precisa investir tempo e dinheiro em atividades que oferecem maior retorno financeiro, como a exploração de petróleo em águas profundas.
“Vamos focar no que somos melhor, que é exploração em águas profundas”, disse aos deputados.
Ao argumentar que a atividade de exploração é a que oferece maior retorno ao caixa da empresa, Castello Branco lembrou que a companhia concluiu a venda da TAG, de transporte de gás, cujo retorno era de 7%. “Podemos obter mais com o pré-sal”, disse.
Outro segmento com retorno considerado baixo é o refino. Aos deputados, o presidente da estatal disse que essa atividade “tende a ter retorno mais baixo” e, por isso, a empresa está negociando parte das unidades de refino. Castello Branco observou, contudo, que a intenção não é deixar o segmento. “não vamos sair totalmente do mercado de refino”, disse.
Castello Branco defendeu os investimentos em produção ao lembrar que a produção da empresa “está estagnada há dez anos em 2 milhões de barris por dia. Ele notou ainda que o preço da gasolina no Brasil está cerca de 15% mais alto que nos Estados Unidos e culpou a carga tributária brasileira pela situação.
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