Compartilhe
26 de Fevereiro de 2018 – 16h43 horas / DCI

A Medida Provisória 800/2017, que trata sobre a reprogramação de investimentos e duplicações nas rodovias concedidas no bojo do Programa de Investimento em Logística (PIL) em 2013, caducou nesta segunda (26/02). A MP, que flexibilizava os investimentos de 5 para 14 anos é tida pelo setor como essencial para garantir sustentabilidade das concessões.

 

“Em 2013, quando a primeira rodada de concessões rodoviárias foi feita, o Brasil era outro: outro governo, outra economia e outra realidade. De fato, a programação de investimento feita naquele momento não condiz com a realidade das estradas hoje em dia”, defende o advogado César Mariano Bistol, especialista em regulação.

 

De acordo com ele, o número de concessionárias buscando alternativas jurídicas para postergar os investimentos – que segundo a métrica da concessão em 2013 teria que fazer, dentro de cinco anos, a duplicação do trecho.

 

“A duplicação era pautada em projeções de uma economia em trajetória de crescimento, com o fluxo de veículos muito maior que o registrado nos últimos dois anos, e esse é o argumento dos empresários”, completa o advogado.

 

Tendo como consequência uma multa por não efetuar a duplicação no tempo estipulado pelo contrato, um alto executivo de uma das maiores empresas de infraestrutura do país diz que não está descartada a devolução de alguns trechos deficitários. “Mediante a multa pela quebra do contrato, talvez valha mais devolver o ativo”, diz ele, que falou ao DCI sob condição de anonimato.

 

Conflito na Câmara

Na última semana os deputados aliados ao governo federal não conseguiram votar na Câmara a MP. Na tentativa, que se deu na última quarta-feira (21/02) houve um conflito entre a bancada governista e a oposição, que conseguiu obstruir o pleito no final da noite.

 

O conflito se deu pela discordância no texto da prorrogação de concessões para portos secos. A medida beneficiava contratos anteriores a 2003 e previa concessões de 25 anos prorrogáveis por mais 10 anos. A polêmica, que foi levantada na comissão especial foi questionada no plenário pela base governista e oposição e já havia um destaque pronto do PPS para retirar o trecho da matéria. Da base aliada, PSD, PTB e PHS se mantiveram em obstrução até o fim da sessão.

 

Sobre a flexibilização dos prazos de duplicação dos trechos concedidos em 2013, o deputado Ságuas Moraes (PT-MT) foi enfático: “Essa MP é um brinde para as concessionárias que não cumpriram com suas obrigações".

 

Na ocasião o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, participou de reunião com líderes da base e fez um apelo para a aprovação da proposta. A corrida deve continuar essa semana, em um esforço de articulação por parte da pasta, já que um efeito de devoluções de ativos poderia resultar em um prejuízo para a União.


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.