Estudo do Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC) de 2021 demonstra o aumento da presença feminina no setor de transporte rodoviário de cargas (TRC) no estado de São Paulo. Segundo o órgão associado ao Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), o número de mulheres no setor aumentou em 61% em relação ao ano anterior.
Áreas como administrativa e comercial hoje possuem representatividade feminina acima de 50%, mas no setor operacional a disparidade ainda é gigante: as mulheres correspondem a apenas 1,51% dos motoristas contratados.
No cenário nacional, essa porcentagem é ainda menor. Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), as mulheres representam apenas 0,5% do total de caminhoneiros do Brasil.
Nesse contexto, a criação e o fortalecimento de movimentos femininos no setor se fazem necessários e vêm crescendo e dando frutos. O Movimento Vez & Voz, por exemplo, é uma iniciativa do SETCESP e pretende fomentar o crescimento feminino dentro do próprio setor, além de atrair novos talentos para o TRC.
Na mesma linha de atuação, há também trabalhos como do Movimento A Voz Delas, da Mercedes-Benz, que busca conscientizar a sociedade por meio de parcerias sobre a importância e das necessidades das mulheres que estão nas estradas, caminhoneiras e cristais (como são conhecidas as esposas dos caminhoneiros). Além dele, existe o Programa Rota Feminina, que busca contribuir para a evolução da diversidade de gênero no ecossistema logístico.
Presidente executiva do SETCESP, Ana Jarrouge é a idealizadora do Movimento Vez & Voz. Segundo ela, “esses movimentos dão voz para muitas mulheres, fazendo com que suas histórias alcancem outras, formando assim um círculo virtuoso de pessoas para falar sobre o transporte rodoviário de cargas e começar a atrair um novo público para o setor”.
Mesmo com o aumento da presença dentro do ecossistema do TRC, a infraestrutura ainda é um impeditivo para que muitas profissionais ingressem no setor. Assim, um dos principais pontos de atuação de alguns desses movimentos é, justamente, lidar com esse tipo de problema com ações e boas parcerias.
É notável que a pauta vem ganhando cada vez mais importância, quando um evento como a Fenatran, maior feira do setor na América Latina, abre um dia inteiro de sua programação de fóruns para a discussão da presença feminina no TRC.
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