Entre os efeitos do novo regime foram citados o fortalecimento do processo produtivo, o maior equilíbrio na balança comercial brasileira e ganhos de competitividade da indústria nacional.
A entidade informou que as montadoras terão de, trimestralmente, apresentar relatórios ao governo atestando o cumprimento de exigências previstas no novo regime, o que inclui o índice de nacionalização mínimo de 65% das peças. O governo também vai fiscalizar se os fabricantes vão cumprir com o conteúdo de peças nacionais estabelecido.
Cledorvino Belini, presidente da entidade, reconheceu que as medidas são duras para os importados, mas negou que os consumidores serão punidos com preços mais altos, tese defendida pelos importadores independentes de veículos.
Segundo ele, a disputa por participações de mercado continuará segurando os preços, enquanto os fabricantes nacionais se sentirão, com o novo regime, mais à vontade para investir em capacidade produtiva. “O consumidor vai ficar muito mais prejudicado se não houver produção no país“, comentou Belini, que, contudo, evitou tratar a manutenção de preços como um compromisso firmado pelo setor. “Se houvesse compromisso de preços, seria um cartel.“
Executivos da Anfavea ressaltaram que a exigência de um nível mínimo de nacionalização de componentes também tem impacto na programação das montadoras instaladas no país, que, em virtude do câmbio favorável, estavam aumentando as importações de peças. “Essa obrigatoriedade muda a rota do negócio“, comentou Luiz Moan Yabiku Jr., vice-presidente da entidade.
Representantes das montadoras reconhecem que gargalos no setor de autopeças poderão dificultar a nacionalização de alguns componentes, mas consideram que o setor não terá problemas para, na média, alcançar o nível mínimo de 65%. Belini também considerou que aumentos de custos decorrentes da obrigatoriedade de subir o índice de peças nacionais serão compensados por ganhos de escala na produção.
A Fenabrave, que representa as concessionárias, informou ontem que as vendas de veículos novos foi de 151,8 mil unidades na primeira metade de dias úteis de setembro, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, alta de 2,37% ante igual período de 2010.
voltar