O mercado financeiro cortou novamente as projeções para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e passou a estimar uma taxa abaixo de 3% para este ano, conforme o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). Até a semana passada, apenas o grupo de instituições que mais acertam as projeções (Top 5) havia furado o piso de 3% estabelecido como limite da meta perseguida pela autoridade monetária. No levantamento segunda, a mediana das cerca de cem instituições que alimentam o boletim Focus mostra redução da expectativa de 3,08% para 2,97%.
Em um prazo mais longo, os analistas também reduziram as previsões e calculam agora IPCA próximo de 4% de alta. Para os próximos 12 meses, a projeção saiu de 4,07% para 3,94% de avanço e, para o fim de 2018, passou de 4,12% para 4,08% de alta.
A onda de revisões ocorre em função das reiteradas surpresas positivas que os índices de inflação vêm apresentando nos últimos meses. Na semana passada, a prévia do IPCA de setembro desacelerou de 0,35% para 0,11%.
Entre a coleção de bons números que o indicador trouxe está a deflação de 2,21% em alimentos e bebidas em 12 meses — a mais intensa desde o início do Plano Real, em 1994. Para o indicador fechado em setembro, a projeção mediana agregada do Focus foi de 0,23% para 0,12% de elevação.
Também na semana passada, o BC divulgou o Relatório Trimestral de Inflação no qual estima inflação pelo IPCA de 3,2% neste ano e amenizou, por exemplo, a preocupação com a pressão inflacionária que pode ocorrer devido às incertezas na realização das reformas.
Embora algumas instituições já vejam a possibilidade da Selic cair abaixo de 7%, o consenso do Focus manteve para este ano e para o próximo a projeção para a taxa de juros neste patamar.
O grupo das instituições que mais acertam as projeções, o chamado Top 5, reduziu novamente a estimativa para o aumento do IPCA em 2017, de 2,84% para 2,81%. Para 2018, a previsão foi de 4,14% para 4,09%.
No caso da Selic, o Top 5 manteve a estimativa em 7% para 2017 e em 7,25% para 2018.
Atividade
Os analistas do mercado financeiro elevaram novamente a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste e no próximo ano. De acordo com o boletim Focus, a estimativa para 2017 passou de 0,60% para 0,68%; em 2018, a expectativa é de uma expansão de 2,3%, em vez de 2,2%. Há quatro semanas, os economistas calculavam avanço de 0,39% e 2%, respectivamente.
Para a produção industrial, no entanto, o mercado espera ampliação de 1,05%, e não de 1,1% como contemplado antes. Para o ano que vem a previsão também foi revista para baixo, de 2,45% para 2,40% de avanço.
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