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04 de Abril de 2016 – 06h49 horas / O Estado de São Paulo

Após dois meses de estabilidade das previsões, o Relatório de Mercado Focus trouxe pela primeira vez queda das estimativas para a Selic em 2016 – atualmente em 14,25% ao ano. De acordo com o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, a taxa chegará ao final do ano em 13,75% ao ano, o que embute a perspectiva de corte de 0,50 ponto porcentual até dezembro.


O movimento ocorre apesar de o Banco Central (BC) ter escrito pela primeira vez, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) da semana passada, o que seus porta-vozes já vinham anunciando desde meados de fevereiro: não há espaço para redução das taxas no curto prazo. Pelo levantamento divulgado nesta segunda-feira pelo BC, a mudança para a Selic do fim do ano levou a taxa média também a cair, saindo de 14,25% ao ano para 14,19% ao ano.


Para o fim do ano que vem, o relatório mostra que a Selic estará em 12,50%, a mesma taxa prevista há cinco levantamentos. Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus (médio prazo), também houve uma importante queda das estimativas. No boletim de hoje, a mediana das previsões caiu de 14,25% aa para 13,25% aa. Para 2017, esses mesmos analistas apresentaram expectativa agora de taxa a 11,75% ante a de 12,00% vista na semana anterior.


Inflação. Pela quarta semana consecutiva, as projeções do mercado financeiro para o IPCA deste ano recuaram. A mediana das estimativas passou de 7,31% para 7,28%. Há um mês, estava em 7,59%. Apesar de menor, a mediana ainda está acima das novas previsões apresentadas pelo BC na semana passada no RTI. Pelo cenário de referência da instituição, o IPCA subirá 6,6% este ano e, pelo de mercado, 6,9%. Todas as previsões – do mercado e do governo – estão acima do teto da meta de 2016, de 6,50%.
Para 2017, o documento trouxe estabilidade das estimativas pela oitava semana consecutiva. A previsão seguiu em 6,00%, justamente no limite superior da banda estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano que vem. Pelos cálculos do BC, a inflação do ano que vem subirá 4,9% e 5,4%, respectivamente pelo cenário de referência e de mercado.
No Top 5, a mediana das expectativas para 2016 ficou estável. Para 2016, seguiu em 7,18% de uma semana para outra – um mês antes, estava em 7,95%. No caso de 2017, a previsão ficou congelada em 6,20% na semana.


PIB. Mesmo após uma expressiva revisão nas estimativas por parte do BC, a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano – revisada de 1,9% para retração de 3,50% – não conseguiu se equiparar à projeção pessimista dos analistas do setor privado. O Focus aponta que a mediana das estimativas para o PIB de 2016 passou de uma retração de 3,66% para queda de 3,73%. Para 2017, a previsão ainda é de alta da atividade, mas cada vez menor, já que passou de 0,35% para 0,30%.


As perspectivas também são mais pessimistas em relação à produção industrial. Após duas semanas consecutivas de melhora do indicador, a mediana das estimativas do mercado saiu de queda de 4,40% para recuo de 5,80%. Para 2017, a previsão ainda continua no terreno positivo, em 0,69%.
Os economistas não mexeram em suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2016. A mediana das previsões continuou em 41,10% de uma semana para outra. No caso de 2017 no boletim Focus, as expectativas subiram de 45,90% para 46,20% de uma edição para a outra.


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